Igor Júnio Benevenuto revelou que sua vida virou "um estresse" após o clássico entre Atlético e Cruzeiro, nesse domingo (6). Em entrevista ao Seleção, nesta segunda (7), o árbitro relatou ter recebido uma série de ameaças pelo trabalho desempenhado no Mineirão. 

"Após o clássico, ao término da partida, meu Instagram e meu Whatsapp viraram uma tristeza. Só mensagens abusivas, dizendo que vão me pegar, me matar. Ontem, duas vezes, passaram carros na frente do minha casa dizendo que iriam me matar e que pegariam qualquer pessoa da minha família. Que iriam matar o pessoal da minha família", disse. 

"Hoje, novamente, passou esse carro lá na porta. Eu não fui para casa ainda, não sei que dia que eu volto. Está totalmente conturbado, minha vida virou um estresse por causa deste jogo e desta penalidade, que é o único lance questionável na partida", complementou o árbitro, que se emocionou em alguns momentos da entrevista.

O lance que gerou mais polêmica no jogo desse domingo foi o pênalti marcado em Hulk em uma dividida com o zagueiro Oliveira. O atacante do Atlético converteu a cobrança e, no último lance da partida, Ademir garantiu a vitória alvinegra por 2 a 1. Jogadores, comissão técnica e dirigentes do Cruzeiro se revoltaram com a marcação.    

"Vou entrar com uma ação contra essas pessoas (que realizaram ameaças). Eles têm que entender que as redes sociais não são terra de ninguém, que podem falar o que querem e as pessoas não serão punidas. Também vou fazer ocorrência policial, porque é um fato extremamente grave", garantiu Benevenuto.

"Precisamos ter uma punição grave. As autoridades têm que arrumar uma estratégia para coibir essas pessoas inadequadas. A intolerância está muito grande, as pessoas agem pela emoção e prejudicam a vida de muitas pessoas por causa de um esporte, que deveria trazer alegria e paz", complementou o árbitro.

Durante a entrevista, o comentarista PVC observou que Igor havia retirado a barba. O árbitro disse que a mudança de visual após a vitória do Atlético foi proposital, para tentar evitar perseguições nas ruas de Belo Horizonte. 

"Eu vinha usando barba desde o ano passado, eu tirei a barba por causa do jogo de ontem. Eu sei que as pessoas marcam nossa fisionomia. Claro que, assistindo ao programa de grande audiência, eles também vão começar a me ver, mas tirei para tentar andar com mais tranquilidade aqui dentro de Belo Horizonte", disse.

"Tenho uma vida. Mas sei que por esses dias não vou poder treinar, andar nas ruas, porque pode vir um louco aí e fazer alguma coisa mais severa. Estou andando de boné, máscara, óculos escuros, para ninguém me reconhecer. Porque agressão verbal eu sei que terá na rua", lamentou.