Arena do Grêmio é um dos estádios brasileiros que sofrem com problemas judiciais (Foto: Divulgação)

Na última terça-feira (13), a Justiça de São Paulo determinou a penhora da Arena do Grêmio após um pedido dos financiadores referente à construção por uma dívida de R$ 226 milhões. No entanto, esse não é um caso isolado do futebol brasileiro. Desde que começaram a surgir as arenas, os clubes sofrem com brigas judiciais e questões burocráticas. 




Clubes que enfrentam problemas nas arenas 


Arena do Grêmio


A dívida existe desde o ano passado. Os bancos financiaram R$ 210 milhões para a construção da Arena, mas apenas R$ 66 milhões foram pagos. Por conta disso, o tricolor gaúcho ainda não pegou as “chaves” do novo estádio, que estava alienado como garantia. Ou seja, caso a dívida não fosse pago, ele poderia ser penhorado. 

Em nota, a Arena Porto-Alegrense disse que se trata de um procedimento técnico inerente ao processo. No entanto, a administradora do estádio afirma que vai recorrer da decisão, em razão de possíveis nulidades.

Arena MRV


O estádio do Atlético-MG está de pé em Belo Horizonte já há alguns meses, mas ainda não foi inaugurado. Inclusive, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), chamada de “Abuso de Poder”, foi instaurada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte para investigar as ações da prefeitura da capital nas obras da Arena MRV. 




O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, falou sobre o alto valor que o clube é cobrado em contrapartidas pela construção do estádio, e confirmou que o Galo não tem recursos para pagar todo o valor, que deve se aproximar a R$ 1.2 bilhão. 

Allianz Parque


Palmeiras e a WTorre, construtora responsável pelo estádio do Palmeiras, estão em um embate judicial. Em entrevista ao ge, a presidente Leila Pereira disse que o Allianz Parque não é financeiramente rentável para o clube. 

Por conta disso, o Palmeiras pede a apuração de possíveis irregularidades, como apropriação  indébita e associação criminosa, além dos bloqueios de bens e valores em conta da Real Arenas, administradora da arena 
A cofundadora e presidente do conselho da WTorre S.A, Silvia Torre, contesta as acusações. 




Neo Química Arena


A Arena do Corinthians já é tema de mesas de debate há anos. Desde sua construção para a Copa do Mundo no Brasil de 2014, o estádio passou por todo tipo de situação, desde atrasos na obra até a indefinição de naming rights. A Neo Química Arena só recebeu o nome da empresa patrocinadora em setembro de 2020 - seis anos depois de sua inauguração. 

Em 2022, a Caixa Econômica Federal e a Arena Itaquera S.A, fundo responsável pela administração do estádio, apresentaram o décimo pedido de adiantamento do acordo entre as partes, que foi acatado pela Justiça. 

Após anos de disputas judiciais e tentativas de negociação, o Corinthians repassou os valores de juros das parcelas do financiamento, de R$ 25 milhões. Em 2025, deverá pagar as parcelas da dívida de aproximadamente R$ 500 milhões. 




Arena da Baixada


Para além de dívidas e questões judiciais, a Arena da Baixada enfrenta um problema mais complexo. A prefeitura de Curitiba pediu um prazo maior ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) para acertar o acordo com o Athletico-PR e o governo do Estado. 

O pedido da prefeitura é sobre a divisão do pagamento de toda a reforma da arena, que foi realizada para a Copa de 2014. O Athletico tenta resolver essa questão do pagamento dos R$ 342,6 milhões, que sobe anualmente com os juros. Em 2022, o TCE-PR deu um parecer favorável ao Furacão, portanto os valores serão repartidos entre os três responsáveis - prefeitura, estado e clube.