A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) fez duras críticas à postura do auxiliar técnico do Palmeiras, o português João Martins, após a entrevista no fim do jogo contra o Athletico-PR, no último domingo (2), pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em nota, a entidade máxima do futebol considerou a atitude infantil e xenofóbica.
- O ato lamentável foi muito além das reclamações semanais da arbitragem. O que ocorreu, de fato, foi um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa, mostrando inclusive desconhecimento do próprio campeonato que disputa, que já teve tricampeões, bicampeões, com vários times ganhando seguidamente - disse em nota.
O confronto entre Athlético-PR e Palmeiras terminou empatado em 2 a 2. O auxiliar João comandou o time paulista à beira do campo substituindo Abel Ferreira, quue cumpre suspensão por ter tomado o celular da mão de um jornalista, durante uma confusão no jogo contra o Atlético-MG, no Mineirão, no último dia 28 de maio.
A CBF ainda aproveitou para defender a comissão de arbitragem, que tem divulgado semanalmente relatórios sobre as decisões em campo dos árbitros e, em alguns casos, assumindo erros que foram cometidos.
- Somos o único país do mundo a oferecer avanços tecnológicos nos estádios, com os telões mostrando os lances da partida em tempo real. Inclusive, o lance em questão, alvo de reclamação, foi acompanhado por todo o estádio, por jogadores e torcedores. A CBF, através de sua comissão de arbitragem, quer assim dar total transparência aos lances duvidosos que normalmente ocorrem durante as partidas.
A entidade máxima do futebol brasileiro ainda aproveitou a nota para alfinetar João Martins, citando o respaldo que jogadores brasileiros têm ao redor do mundo, incluindo na seleção de Portugal. Ao longo da história, alguns jogadores brasileiros atuaram pela seleção portuguesa na Copa do Mundo. Pepe, Deco e Liédson, em 2010, e Matheus Nunes e Otávio, em 2022.
- O comportamento do jogador brasileiro, que o funcionário em questão tanto critica, não corresponde à realidade, na medida em que o Brasil é o país do mundo que mais tem jogadores atuando no exterior, inclusive na própria seleção portuguesa.
Por fim, a CBF ainda prometeu que vai encaminhar o vídeo das declarações do auxiliar técnico palmeirense ao presidente do STJD para que o profissional "revele qual sistema do futebol brasileiro não permite que o melhor vença".
A polêmica entrevista de João Martins que causou a ira da CBF
A entrevista de João Martins que causou toda a revolta da CBF aconteceu no fim do jogo entre Palmeiras x Athletico-PR, que terminou empatado em 2 a 2, na Arena da Baixada, no último domingo (2). Nela, o dirigente palmeirense chegou a dizer que “ é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos”.
- O futebol brasileiro passa uma imagem que é o futebol mais competitivo do mundo, porque ganham vários, mas ganham vários porque não deixam os melhores ganhar. Entendemos que é mau para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos. Em toda a Europa, há sempre dois ou três times que ganham sempre porque são os melhores. Trabalham para ser os melhores dia a dia, que é o que fazemos - disse João Martins.
Veja o trecho da coletiva de João Martins
Durante a entrevista, João Martins ainda criticou a decisão do árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima de não expulsar Zé Ivaldo após acertar uma cotovelada em Endrick. Embora o pênalti tenha sido assinalado, o zagueiro recebeu apenas o cartão amarelo.
João também questionou o primeiro cartão amarelo recebido por Gustavo Garcia, por atrasar a cobrança de lateral. Na segunda etapa, o lateral palmeirense recebeu o vermelho no lance que gerou o pênalti que deu início a reação do time paranaense.
Veja a nota da CBF na íntegra
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lamenta profundamente o que se viu ontem (02/07) por parte do auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins, designado para a entrevista coletiva pós jogo. O ato lamentável foi muito além das reclamações semanais da arbitragem. O que ocorreu, de fato, foi um desfile de grosserias e uma tentativa infantil e até xenofóbica de reduzir a relevância do futebol brasileiro na Europa, mostrando inclusive desconhecimento do próprio campeonato que disputa, que já teve tricampeões, bicampeões, com vários times ganhando seguidamente.
O comportamento do jogador brasileiro, que o funcionário em questão tanto critica, não corresponde à realidade, na medida em que o Brasil é o país do mundo que mais tem jogadores atuando no exterior, inclusive na própria seleção portuguesa.
A atual gestão da arbitragem da CBF nunca, em nenhum momento, esteve tão transparente e se expôs tanto, dando satisfações públicas semanais, inclusive reconhecendo eventuais erros. Somos o único país do mundo a oferecer avanços tecnológicos nos estádios, com os telões mostrando os lances da partida em tempo real. Inclusive, o lance em questão, alvo de reclamação, foi acompanhado por todo o estádio, por jogadores e torcedores. A CBF, através de sua comissão de arbitragem, quer assim dar total transparência aos lances duvidosos que normalmente ocorrem durante as partidas.
Nunca a entidade investiu tanto no aprimoramento da arbitragem. Nesta segunda-feira (03/07), por exemplo, os árbitros designados para a próxima etapa da Copa do Brasil estão em treinamento no Rio de Janeiro. E também hoje à tarde, e pelos próximos 15 dias, as árbitras vão passar por cursos, treinamentos e aprimoramento técnico. Os investimentos são expressivos e com foco na constante melhoria da qualidade do quadro de arbitragem. Avanços esses que somos pioneiros no mundo.
Equívocos de arbitragem, de jogadores, técnicos, acontecem em todos os lugares, inclusive e, principalmente, na Europa. São parte do processo, do mecanismo do futebol, que não é feito por máquinas. Portanto, nada justifica o que se viu ontem e que foi amplamente divulgado pela imprensa em todo o mundo.
A CBF está encaminhando o vídeo contendo as declarações do profissional do Palmeiras ao presidente e ao procurador do STJD para que ele revele qual seria o esquema ou o sistema no futebol brasileiro que não permite que o melhor vença.