Atlético-MG e Cruzeiro vivem momentos de reconstrução (Foto: IconSport)


 
Em 20 de novembro de 2013 o tradicional jornal argentino “Clarín” fez a seguinte manchete: Belo Horizonte, a capital mundial do futebol. A publicação exaltava a expectativa em torno do clássico mineiro que reunia o Cruzeiro campeão brasileiro e o Atlético campeão da Libertadores. Além disso, apresentava a cidade como a futura casa da seleção argentina na Copa de 2014.




Muita coisa mudou nos dez anos que separam a manchete do quadro atual. O Cabuloso enfrentou o calvário conhecido por seu torcedor, e o Galo foi buscar títulos inéditos.

Curiosamente, os eternos rivais vivem momentos de reconstrução. O Cruzeiro em busca de pavimentar um caminho seguro para a permanência na Série A e a consolidação de um novo modelo de futebol. O Atlético procurando a reafirmação de um estilo baseado em gasto elevado.
 

Como Atlético-MG e Cruzeiro estão 


A saga azul e branca na procura pelo voo de cruzeiro envolve um calendário restrito ao Brasileirão. Tempo para que Pepa possa fazer a equipe capaz de evitar o sofrimento que vem sendo marca registrada. Enquanto esse momento não chega, Rafael Cabral se firma como candidato a ocupar a vaga de salvador e ídolo deixada por Fábio.



 
 
 
Lucas Silva e Bruno Henrique podem dar sustentação ao meio-campo, caso sejam confirmados. Mas o caixa limitado oferece poucas alternativas. O que se vislumbra é uma equipe competitiva, sem grandes arroubos. A distância razoável de seis pontos da zona de rebaixamento permite certa tranquilidade para administrar uma tabela que aponta dois jogos difíceis fora de casa: Inter e Vasco.

A porção em preto e branco da outrora Capital Mundial do Futebol tem sonhos mais ousados atualmente. A eliminação inesperada para o Corinthians na Copa do Brasil direciona peso extra para o mata-mata da Libertadores. Felipão conhece como poucos a competição continental, não à toa é bicampeão e atual vice-campeão.
 
O experiente treinador ainda busca a primeira vitória em nova casa, mas o empate com o Libertad e a classificação às oitavas já trazem boas notícias. Além de trazer dólares para o combalido cofre atleticano, o avanço na Libertadores anima o torcedor com a expectativa de reproduzir em sua nova Arena os tempos de “Caiu no Horto”.




No retorno do superclássico mineiro ao Brasileirão deu Galo por 1 a 0. O returno projeta o reencontro para outubro. Como sempre ocorre com as grandes rivalidades, o que acontece com um reverbera no outro. Há elementos favoráveis que apontam para uma retomada de BH no cenário do futebol nacional (sem esquecer do América). Enquanto um quer tranquilidade para sustentar a reconstrução, outro gasta muito para voltar ao topo.
 
Não existe fórmula mágica. Há pouco tempo havia uma inversão de métodos. Para voltar a ser a Capital do Futebol pelo menos no Brasil, BH precisa que seus gigantes sigam o conselho de um sábio mineiro que torcia pelo Botafogo: “O mineiro seria um cara que não dá passo em falso, é cauteloso. Em Minas Gerais não se diz cautela, se diz pré-cautela” (Oto Lara Resende).