O primeiro terço do Brasileirão é uma história contada por um protagonista improvável. Muito bem treinado, sedento por glórias, o Botafogo comandado pelo português Luís Castro nas ideias e Tiquinho Soares na execução tem feito adversários badalados comerem poeira na classificação.
Com 30 pontos e 83,3% de aproveitamento, o Glorioso fez por onde não ser mais chamado de surpresa com uma vitória justa e taticamente consistente sobre o Palmeiras. Em pleno Allianz Parque e a uma semana de o rival completar um ano sem derrotas em casa. A estratégia do jogo sempre esteve sob a tutela da equipe carioca. Com um modelo muitas vezes usado por Abel Ferreira em seu primeiro ano de Alviverde, Luís Castro armou um time bem posicionado na defesa, deu a bola para o adversário e foi forte e decisivo com a pouca posse que teve. Detalhe: com uma fome na marcação e um desejo de ganhar divididas que fizeram toda a diferença. Previsível, o Palmeiras abusou dos cruzamentos – quase todos errados – para a área. A maioria feitos da zona intermediária, sem jogadas de aproximação.
Botafogo (ainda) não é tão estudado
O líder indiscutível do campeonato goza de uma vantagem: é uma novidade ainda pouco estudada pelos adversários. Times badalados e vencedores como Palmeiras e Flamengo estão sendo vasculhados há mais tempo e são mapeados pelos rivais, que sempre se desdobram para dobrar as equipes mais vencedoras da atualidade.
O Flamengo cheio de estrelas suou sangue para derrotar um destroçado Santos na Vila Belmiro vazia. Mesmo com o Peixe marcando à distância, o Flamengo expôs sua inconsistência e mesmo com a vitória vê o líder a oito pontos.
Quem se aproveitou do desenho da rodada foi o Grêmio, que cumpriu algo atualmente obrigatório: amassar o frágil Coritiba. A sete pontos do Botafogo, o Grêmio se apresenta como postulante com duelo marcado para 9 de julho, na Arena.
Quem se aproveitou do desenho da rodada foi o Grêmio, que cumpriu algo atualmente obrigatório: amassar o frágil Coritiba. A sete pontos do Botafogo, o Grêmio se apresenta como postulante com duelo marcado para 9 de julho, na Arena.
Brasileirão já tem desenho das disputas
Entre Flamengo, atual terceiro colocado, e Atlético, décimo, a diferença é de três pontos. Fluminense, Inter, Bragantino e Fortaleza engataram boas sequências e se colocaram às portas do chamado G-4. O Cruzeiro, que venceu o irregular São Paulo, mantém uma distância segura do Santos e do grupo que luta para fugir da zona de rebaixamento. Bahia, Corinthians, Cuiabá, Goiás, América, Vasco e Coritiba fecham o primeiro terço do campeonato praticamente fadados à missão de sobreviver. O que para Coxa e Vasco parece um drama.
+ Veja a classificação atualizada do Brasileirão
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O sucesso no futebol brasileiro é cruel. As equipes que em uma temporada conseguem vagas nas competições continentais são “premiadas” com um calendário insano na época seguinte. Quanto mais avança no Brasil, menos tempo para trabalho tem um time. Curioso é que alguns parecem cair de produção justamente quando seus comandantes gozam de tempo para trabalhar. Some-se a isso alguns prejuízos provocados pelas Datas-Fifa e pela janela de transferências.
Muitas vezes por linhas tortas o enredo do Brasileirão oferece drama e emoção. Além de uma constatação cristalina: empatar é péssimo negócio. Quem prova é o Botafogo, única equipe que ainda não empatou e lidera a tropa com folga. Palmeiras, Bragantino e Fortaleza perderam dois jogos como o líder. Mas colecionam empates que representam 12 e dez pontos deixados pelo caminho, pela ordem.
Muitas vezes por linhas tortas o enredo do Brasileirão oferece drama e emoção. Além de uma constatação cristalina: empatar é péssimo negócio. Quem prova é o Botafogo, única equipe que ainda não empatou e lidera a tropa com folga. Palmeiras, Bragantino e Fortaleza perderam dois jogos como o líder. Mas colecionam empates que representam 12 e dez pontos deixados pelo caminho, pela ordem.