A atitude de Abel Ferreira após o empate do Palmeiras por 1 x 1 com o Atlético-MG continua repercutindo negativamente entre a imprensa brasileira. O apresentador André Rizek, do SporTV, comentou o pedido de desculpas feito pelo treinador por tomar o celular de um produtor da TV Globo que registrava uma discussão entre Anderson Barros, diretor de futebol do Alviverde, e membros da comissão de arbitragem no Mineirão. 

- Ele abre dizendo 'peço desculpas se me excedi'. Se. Isso, para mim não é reconhecer o erro. Reconhecer o erro é dizer 'me excedi'. Na cabeça dele ele não cometeu excesso. Na cabeça dele, como ele disse, a imprensa não tem que saber. Isso é uma total falta de conhecimento do que é o nosso trabalho. Aliás, não é a primeira vez que o Abel Ferreira mostra um total desconhecimento, e até desrespeito sobre o que é o nosso trabalho. Quando ele diz que a imprensa não tente saber, acho natural que ele treinador tente evitar que a gente descubra tudo. Só que o nosso papel é saber as coisas e publicar o que é relevante - disse, no 'Seleção SporTV'. 

O apresentador fez um 'mea culpa' sobre a atuação dos repórteres no esporte, mas pontuou que o jornalista e produtor Pedro Spinelli, da Globo Minas, estava em um local dedicado à cobertura, e não 'invadindo a privacidade' do treinador, como dito na coletiva. 

- A gente erra muito. Às vezes não, muitas vezes. Noticiamos coisas que não devem ser publicadas, é verdade. A gente causa danos as pessoas, a gente se excede em comentários, e digo a gente porque obviamente já fiz isso. Pedi desculpas depois. A gente erra muito, mas o Abel mostra total desconhecimento do nosso trabalho. Nosso papel é justamente saber as coisas e publicar o que a gente pode sustentar e o que a gente acha relevante. E era uma informação relevante. O Palmeiras estava indo até a arbitragem, em uma área, repito, que é de filmagem, entrevistas. A gente não cometeu irregularidade, é uma área jornalistas ficam aqui para fazer isso, filmar e noticiar - rebateu. 

- A gente não invadiu, não colocou câmera em um lugar inadequado. Por exemplo: certa vez o Luiz Felipe Scolari reclamou que a gente, TV Globo, colocou um microfone no vestiário antes de um Corinthians e o Palmeiras e captou uma palestra no qual ele usava palavras duras. Nesse caso, o Felipão tinha razão para falar em privacidade. Nesse, do Abel, não.

Rizek também comentou o argumento de Abel, de que se tratava de uma situação 'do futebol'. 

- A reação dele não é do futebol. Pode ser do futebol eles reclamarem com a arbitragem, e se é do futebol, também é do futebol que a gente queira registrar isso. Tudo aquilo que é do futebol e pode ser mostrado, a gente tem intuito de mostrar. 

Rizek revelou que o treinador ligou para Spinelli e pediu desculpas pelo episódio. O apresentador aponta que o treinador se transforma em um "personagem" durante os jogos, e apontou como isso supostamente o prejudica.

- Hoje o Abel Ferreira telefonou para o jornalista Pedro Spinelli, fez uma chamada de vídeo e pediu desculpas. Louvável. Inclusive, as informações que eu tenho, do Palmeiras, é que isso é puro Abel. Durante os jogos ele se transforma, perde a cabeça. Conheço várias pessoas que são assim. Edmundo é assim. Um doce de pessoa. Mas o Abel, não é a primeira, a segunda ou a terceira vez. Realmente nos jogos ele se transforma um personagem - comentou. 

- E esse personagem é o que tira hoje o Abel da seleção brasileira, que leva a CBF não ter o Abel como um plano A ou B, e ter receio, não quer repetir a experiência que teve com o Dunga. Quando você dirige a seleção brasileira, você é um embaixador do futebol brasileiro. Esse episódio que faz com que a CBF não olhe para o Abel como treinador capaz de suceder o Tite.