O Ministério Público de Goiás (MP-GO) anunciou nesta terça-feira (18) o início da Operação Penalidade Máxima II, que investiga a atuação de organização criminosa na manipulação de resultados esportivos de jogos de futebol, inclusive da Série A do Campeonato Brasileiro 2022. A nova investigação é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, que identificou suspeitas de manipulação em jogos da Série B do Brasileirão no ano passado.
Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos cinco jogos da Série A do Brasileiro de 2022, bem como em cinco partidas de estaduais de 2023 - entre eles, os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista.
Os jogos sob investigação ainda não foram divulgados.
Segundo o MP-GO, já foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados brasileiros.
O portal NDMais informou que o zagueiro Victor Ramos, ex-Palmeiras e atualmente na Chapecoense, foi um dos alvos da operação.
Os mandados foram emitidos para Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
A Operação Penalidade Máxima II está sendo executada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Goiás e pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI).
Envolvimento de Victor Ramos
O agente do jogador Victor Ramos negou o envolvimento do atleta no caso. "Ele nunca teve participação em apostas esportivas e manipulação de resultados", informou Lucas Reis ao portal UOL.
Em nota, a Chapecoense prestou apoio ao atleta: "A respeito da 'Operação Penalidade Máxima' e do cumprimento do mandado relacionado à ela em Chapecó - envolvendo um jogador do clube - a agremiação alviverde reforça o seu apoio e, principalmente, a confiança na integridade profissional do atleta".
Operação Penalidade Máxima
As investigações da Operação Penalidade Máxima começaram em fevereiro deste ano, sob o comando do promotor Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás.
Inicialmente, a denúncia foi contra o Vila Nova, em três jogos da Série B do Brasileiro do ano passado. Ele revelou que há indícios de esquema em confrontos dos estaduais de 2023. O objetivo era favorecer apostadores.
As manipulações eram diversas e visavam assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo.
Nos confrontos entre Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, os jogadores que aceitassem entrar no esquema deveriam cometer pênaltis no primeiro tempo. Houve penalidades nos dois últimos.
O MP-GO estima que cada membro da associação tenha recebido cerca de R$ 150 mil por aposta.
O grupo cooptou jogadores com oferta de valores entre R $50 mil a R$ 100 mil para que cometessem eventos determinados nos jogos, indica a investigação.
Veja a nota do MP-GO sobre a investigação:
O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), deflagrou na manhã de hoje (18/04) a Operação Penalidade Máxima II, visando a obtenção de novos vestígios da atuação de organização criminosa com atuação especializada na manipulação de resultados esportivos de jogos de futebol profissional - inclusive do Brasileirão Série A.
Há suspeitas de que o grupo criminoso tenha concretamente atuado em pelo menos 5 jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de Futebol de 2022, bem como em 5 partidas de Campeonatos Estaduais, entre eles, os campeonatos Goiano, Gaúcho, Mato-Grossense e Paulista, todos deste ano.
Estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Os Gaecos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, o Cyber Gaeco do MP de São Paulo e do Centro de Inteligência do MP do Rio de Janeiro, além das polícias Militar, Civil e Penal de Goiás, dão apoio ao cumprimento das diligências.
Trata-se de desdobramento da Operação Penalidade Máxima, deflagrada em fevereiro de 2023 a qual resultou no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.