Após a morte de Edson Arantes do Nascimento, o craque Pelé, o atestado de óbito divulgado não deu detalhes do testamento deixado pelo jogador. Casado desde os 75 anos com sua terceira esposa, Márcia Aoki, a viúva não é herdeira por direito de acordo com o Código Civil Brasileiro. 

Isso porque, o artigo 1.641 estipula que uma pessoa não pode escolher o regime de bens ao se casar com mais de 70 anos. Nesse caso, os patrimônios de Pelé e da empresária não poderiam se unir após o casamento, obrigatoriamente tendo o regime de separação total dos bens. 

 

A quantia de US$ 100 milhões – cerca de R$ 520 milhões – deixada pelo jogador, segundo a plataforma Net Worth, deveria ser dividida pelos oito herdeiros diretos, segundo a lei. Além dos seis filhos (Kelly, Edinho, Jennifer, Flávia, Joshua e Celeste), os netos Otávio e Gabriel, filhos da primogênita Sandra Regina, que morreu em 2006, também serão contemplados pelo patrimônio com a parte da mãe.

Sem uma confirmação do direcionamento da herança, os três casamentos de Pelé foram citados na certidão de óbito. Rosemeri Cholbi Nascimento, Assiria Seixas Lemos Nascimento e Márcia Cibele Aoki Nascimento foram as esposas do jogador, sendo que a viúva pode ter direito a uma parte da fortuna caso tenha sido citada em testamento pelo Rei do Futebol. 

Além disso, a irmã Maria Lúcia, que cuida da mãe deles, dona Celeste, de 100 anos, pode ter sido incluída na partilha. Há ainda a possibilidade de o jogador ter colocado bens no nome da viúva ou de pessoas que não seriam herdeiros diretos de sua fortuna. No caso de doações, esses bens não seriam contados na partilha, explicou o advogado Petrônio Athayde, em entrevista à "CBN Paraíba".

 

Em vida, o craque doou, por exemplo, um acervo de 560 peças ao Museu Pelé, em Santos. O acordo foi assinado pela prefeitura, que assumiu a gestão dos objetos avaliados em R$ 19 milhões.

 

Embora Sandra Regina tenha conseguido ser reconhecida como filha do jogador, Pelé não a velou ao saber de sua morte, mas os netos do jogador foram chamados para vê-lo.



Em entrevista ao programa "Domingo Espetacular", eles revelaram não haver mágoa. “É a minha família, a família da minha mãe. Tenho muito orgulho de tudo o que nós fizemos. Eu perdoei, sim. Não tenho mágoa nenhuma do meu avô. Todos nos receberam muito bem. Acredito que nós ganhamos uma família”, disse Otávio. 

Os irmãos voltaram dos Estados Unidos a pedido de Pelé para encontrá-lo. Cada um deles recebia pensão de R$ 7 mil mensalmente. Foi a segunda e última vez que se encontraram com o avô.