Poucos ex-jogadores estiveram presentes no velório de Pelé, na Vila Belmiro, que teve fim na manhã desta terça-feira (3). Ao todo, mais de 150 mil pessoas passaram pelo gramado do estádio do Santos para se despedir do Rei, mas nenhuma delas eram os campeões mundiais pela Seleção ou ídolos atuais do futebol brasileiro. 

 

A ausência dos atletas das gerações do tetra e do penta, como Romário, Bebeto, Ronaldo Fenômeno, Cafu, Kaká, Rivaldo, Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho gerou críticas nas redes sociais e estranheza no mundo esportivo.

 

Ex-técnico da Seleção Canarinho, Tite também não compareceu ao evento. 

 

 

 

 

Capitão do penta, Cafu disse que não conseguiu ir ao velório de Pelé em razão de compromissos de trabalho na Itália. Em entrevista à TV Globo, ele lamentou a perda da cerimônia de despedida do maior jogador de todos os tempos e se comprometeu a estar presente na missa de sétimo dia da morte. 

 

Já os demais companheiros não deram explicações sobre a ausência no velório do Rei. Por sua vez, Ronaldo e Romário enviaram coroas de flores em homenagem a Pelé. 

 

Os jogadores pentacampeões que foram à Copa do Mundo do Catar também não acompanharam a homenagem feita pela Conmebol a Pelé, no mês passado. Coube ao ídolo argentino Javier Zanetti falar sobre o Rei. 

 

O não comparecimento dos craques no velório foi duramente criticado pelo apresentador Neto, que foi à Vila Belmiro na madrugada desta terça. O ex-meia do Corinthians detonou a atitude dos ídolos brasileiros e de Tite. 

 

 

"Nosso país é um país sem cultura, sem educação. Um país onde os pentacampeões não vieram. O Pelé é eternizado. Esse país não sabe quem é o Pelé. É um cidadão do mundo, está no nível de Nelson Mandela (ex-presidente da África do Sul) e Mahatma Gandhi, mas o brasileiro não sabe reconhecer ", afirmou.

 

"Nem o técnico da Seleção veio", criticou em referência a Tite, que deixou o comando do Brasil após a eliminação na Copa do Mundo do Catar, no mês passado.

 

Além de Neto, o atacante Emerson Sheik, ex-Corinthians, esteve presente. Ex-jogadores do Santos, como Serginho Chulapa, Zé Roberto, Elano e Léo, foram se despedir do ídolo, assim como o elenco atual do time paulista, e o técnico do clube, Odair Hellmann.

 

 

O atacante Neymar não viajou ao Brasil para prestar homenagem a Pelé. O pai dele esteve presente e afirmou que estava representando o filho, que não teria sido liberado pelo Paris Saint-Germain, da França.

 

 

"Meu filho pediu para que eu estivesse aqui no lugar dele. Para trazer apoio à família. Sabemos como é perder alguém e não perdemos somente um atleta, perdemos um cidadão, a pessoa Pelé, o Edson Arantes. Nos deixa tristes. Hoje vamos prestar homenagem à família. Não, o Neymar não vem", disse.

  

Cria da base do Santos, o atacante Gabriel Barbosa, que hoje defende o Flamengo, também não compareceu. Seu 'sumiço' foi alvo de críticas nas redes sociais.

 

 

Companheiros históricos de Pelé no time da Vila Belmiro não foram ao velório por motivos de saúde. Ainda muito abalado com a morte do ex-companheiro, Pepe decidiu não ir, enquanto Mengálvio se recupera da COVID-19. 

 

Amigo pessoal de Pelé, o narrador Galvão Bueno justificou sua ausência na cerimônia de despedida. Em um vídeo publicado em seu perfil, o jornalista explicou que está fora do Brasil e tem compromissos profissionais no Japão. 

 

"Pra mim é sempre um momento de muita emoção. Aqui tô 7 horas na frente e tô terminando de fazer as malas pra ir pro Japão, onde tenho uma semana de trabalho", disse ele insinuando que não conseguiria chegar a tempo para a despedida.