Vanderlei Luxemburgo tenta ingressar na política em 2022 (Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP)

Com passagem por grandes clubes do país como treinador, Vanderlei Luxemburgo tentará uma vaga no Senado pelo estado de Tocantins nas eleições de 2022. O ex-técnico da Seleção Brasileira se filiou ao PSB, mesmo partido de Geraldo Alckmin, candidato à vice-presidência na chapa de Lula (PT).



Em entrevista ao jornal "Metrópoles", Luxa explicou os planos na política e fez críticas ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). 

"Nasci no Rio de Janeiro, mas estou há 18 anos no Tocantins. No mundo globalizado, posso nascer em um estado e trabalhar em outro. Não existe isso de forasteiro. Eu poderia estar trabalhando no futebol. Sempre que um treinador cai, o meu nome é o que mais surge para substituí-lo", comentou.

"Acho que o estado tem muito potencial. O Tocantins é muito mal gerido, faz política de um modo equivocado. Os investidores estão afastados porque a política lá é feita com pedágio. Quatro governadores foram depostos. Nas notícias, só sai que a Polícia Federal está indo à casa de alguém. Quando o pessoal vê aqueles carros da PF, começa a sair correndo (risos). Vamos fazer um grande time e vencer", declarou à coluna de Guilherme Amado. 




Luxemburgo também comentou sobre a filiação ao PSB, elogiou Alckmin e garantiu apoio a Lula nas eleições para a presidente do Brasil. 

"O PSB foi o único partido que fez uma autorreforma. Um estatuto de 60 anos precisa ser revisto. Todos os partidos antigos precisam fazer o mesmo, para entender a inclusão social e outras realidades. Essa vinda do Geraldo Alckmin para a chapa do Lula deu uma química que vai mudar muito a política. O ódio que existe na política no Brasil é um negócio de doido."

Ele defende que a política siga o caminho do futebol. "Precisa ser como num jogo: 'Acabou o campeonato, parabéns, você foi o campeão'. Pessoas que foram antagônicas, como Lula e Alckmin, podem se juntar e fazer coisas boas para o país. O técnico precisa juntar os bons. É como no Flamengo, o clube do meu coração: tem o Pedro e o Gabigol que fazem gols. Como você vai deixar um de fora? Tem que juntar os dois para beneficiar o time, que na política é a população", afirmou. 



Gol de barriga de Renato Gaúcho

 
O treinador declarou seu lado na disputa presidencial: "Não tem como não ser (apoiador de Lula nas eleições). Sou amigo do Lula há muito tempo. Lula é carismático, sabe falar o que o povo quer ouvir. E criou na população brasileira a esperança de que as coisas podem mudar. No governo atual, não existe esperança. A eleição tem uma tendência pró-Lula, mas o jogo não está ganho até o juiz apitar. Senão aparece no finalzinho um gol de barriga igual ao que o Renato (Gaúcho) fez contra mim em 1995 (na final do Campeonato Carioca, quando o Fluminense venceu o Flamengo por 3 a 2 no Maracanã)". 

Por fim, Vanderlei Luxemburgo considerou o governo de Jair Bolsonaro como 'surreal' e fez duras críticas ao momento do país. 

"Um trabalhador que ganha o salário mínimo hoje gasta uma hora de trabalho para comprar um litro de leite. Isso está bom? É surreal. Fora a possibilidade citada, a todo momento, de que nós vamos ter um retrocesso no Brasil. É muito grave. Não dá para ficar fomentando isso, colocando medo na população. O brasileiro não quer viver isso novamente. Já houve uma briga para que a ditadura mudasse para a democracia", disse.