O Campeonato Brasileiro seguirá sem público. Nesta quarta-feira, presidentes de 19 clubes (só Flamengo se ausentou) se reuniram com a CBF e decidiram por unanimidade a continuação dos jogos com portões fechados. A liberação de torcedores só acontecerá quando todas as praças estiverem disponíveis, como relatou Adson Batista, presidente do Atlético-GO, nas redes sociais.
"O conselho arbitral dos clubes, em convocação da @CBF_Futebol, decidiu, por unanimidade dos presentes, que o público irá voltar aos estádios assim que todas as prefeituras liberarem. Uma nova reunião será realizada no dia 28/09 para tratarmos do retorno do público", publicou.
Os clubes da Série A agora tentam derrubar a liminar obtida pelo Flamengo junto ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que permite a presença de público em locais liberados.
Se a liminar não foi cassada e o Flamengo insistir em jogar com público, a CBF prometeu adiar a rodada do Campeonato Brasileiro.
Se a liminar não foi cassada e o Flamengo insistir em jogar com público, a CBF prometeu adiar a rodada do Campeonato Brasileiro.
O Atlético conseguiu a mesma liminar do Flamengo. Mas, diferentemente do clube carioca, o Galo optou por manter o acordo coletivo e ter a presença dos torcedores apenas quando for liberado a todos os clubes da Série A.
Em nota, a diretoria do Galo destacou que a volta do público poderá ocorrer a partir da 23ª rodada, marcada para outubro. Mas, antes disso, os clubes voltarão a se reunir para avaliar o cenário da pandemia em todas as cidades com representantes na Série A.
Em nota, a diretoria do Galo destacou que a volta do público poderá ocorrer a partir da 23ª rodada, marcada para outubro. Mas, antes disso, os clubes voltarão a se reunir para avaliar o cenário da pandemia em todas as cidades com representantes na Série A.
Nota Oficial do Atlético - Retorno de público no Brasileirão
O Atlético informa que, na reunião de hoje (8/9), organizada pela CBF e que teve a presença de todas as federações que representam times participantes da Série A e também dos próprios clubes (o Flamengo foi o único ausente), para tratar do retorno de público aos estádios no Brasileirão, ficou decidido que:
1) Os jogos poderão voltar a ter torcida a partir da 23a rodada, que acontecerá no início de outubro. Esse acordo está condicionado à permissão das autoridades locais, para que todos os clubes participantes da Série A tenham a mesma prerrogativa. Ou seja, a torcida poderá voltar desde que haja isonomia entre os clubes. Essa decisão foi aprovada de forma unânime: 19 votos a zero (exceto voto do Flamengo);
2) Os clubes entrarão com pedido junto ao STJD para que a liminar obtida pelo Flamengo, que lhe permite ter torcida à revelia da decisão do colegiado de times que compõem a Série A e da CBF, seja apreciada em regime de urgência, pelo Pleno do Tribunal. O intuito é que a liminar seja revogada;
3) Na hipótese de a liminar não ser cassada e de o Flamengo insistir em jogar com torcida, a despeito do acordo estabelecido no item 1 desta nota, a rodada será adiada pela CBF.
Nota do Flamengo
O Flamengo divulgou, em nota oficial, o motivo da ausência na reunião dos clubes para tratar da presença de público nos estádios. Veja abaixo.
"O Clube de Regatas do Flamengo, tomando conhecimento da sua convocação pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para participar de uma reunião do Conselho Técnico, hoje, dia 8 de setembro de 2021, com pauta única para deliberar sobre o retorno de público aos estádios nas partidas das competições nacionais, vem prestar os esclarecimentos a seguir.
Desde que as autoridades públicas permitiram o retorno do futebol sem público, o Flamengo sustenta, de forma clara e inequívoca, que não cabe à CBF ou aos clubes deliberar acerca da existência ou não de público nos estádios, por não se tratar de matéria de sua competência desportiva.
Nesse sentido, em 26 de setembro de 2020, o Flamengo publicou uma nota oficial expondo que, segundo já havia decidido o Supremo Tribunal Federal (STF), compete exclusivamente às autoridades governamentais locais dispor sobre a possibilidade ou não de público em eventos esportivos ou de outra natureza.
De forma coerente com o que sempre defendeu, o Flamengo ajuizou uma medida cautelar perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) visando obter uma decisão que reconhecesse que não cabe à CBF interferir na questão extracampo e sanitária que é a retomada de público nos estádios.
O Exmo. Presidente do STJD, Dr. Otávio Noronha, proferiu uma decisão liminar reconhecendo que não compete à CBF tratar dessa questão (verbis): "Não cabe em princípio, à Entidade de Administração do Desporto, se imiscuir e negar vigência à execução do conjunto de medidas adotadas pelo Estado, para a retomada gradual das atividades - inclusive com reflexos na economia - por lhe faltar, além de competência, o adequado respaldo técnico e a legitimidade atribuída aos governantes democraticamente eleitos".
Após mais de um ano e meio de futebol sem público, o Flamengo enxerga a retomada do público ao futebol, autorizada pelas autoridades governamentais responsáveis, como uma questão de suma importância, tanto no relacionamento dos clubes com seus torcedores como também na sobrevivência financeira das entidades desportivas.
Vale dizer que a própria Conmebol já reconheceu que a volta do público aos estádios é uma questão sanitária que deve seguir a normatização dos governos locais, razão pela qual o Flamengo já vem jogando com público na Libertadores, independentemente de como estejam nesse particular as outras praças esportivas.
Nesse contexto, o Flamengo, embora tenha sempre prazer em estar com os demais clubes e de estar presente na CBF, por uma questão de princípio e de lógica jurídica, não poderá aceitar a convocação feita, porque entende que seria um contrassenso participar de uma sessão deliberativa acerca de um tema que escapa à competência desportiva da CBF, está reservado às autoridades locais e colide com a decisão proferida pelo egrégio STJD, na pessoa de seu presidente."