Comissão sugere afastamento do presidente da CBF, Rogério Caboclo, por 15 meses (Foto: AFP)


A Comissão de Ética da CBF decidiu orientar por punição de 15 meses de afastamento ao presidente Rogério Caboclo, denunciado no início de junho por uma funcionária por assédios moral e sexual. O órgão deu seu parecer nesta terça-feira, 24, considerando que Caboclo apresentou "conduta inapropriada".




A confirmação do afastamento ainda precisará ser referendada pela Assembleia Geral, composta pelos presidentes das 27 federações estaduais. Inicialmente, ela estava marcada para acontecer nesta quarta, mas foi suspensa por decisão do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). A reunião provavelmente acontecerá na próxima semana.

Caso seja confirmada, a punição terá caráter retroativo e irá considerar os três meses de afastamento já cumpridos. Nesse caso, Caboclo poderá retomar o cargo em setembro do próximo ano - ou seja, antes da Copa do Mundo do Catar, que será realizada nos meses de novembro e dezembro.

A decisão da Comissão de Ética também tem como resultado imediato a manutenção do coronel Antônio Carlos Nunes como presidente. Ele é o mais velho dos oito vices, mas poderá repassar a presidência para algum dos demais.




Ainda que a suspensão por 15 meses seja uma derrota para Rogério Caboclo, ela se apresenta como menos catastrófica do que se desenhava para o dirigente, que corria o risco de ser banido em definitivo. Nos bastidores, já havia intensa articulação para destituir o cartola do cargo e eleger um novo presidente para um mandato tampão.

Ao mesmo tempo, contudo, a suspensão tira de Rogério Caboclo a chance de concorrer a um novo mandato. Isso porque tradicionalmente a eleição para presidente é realizada um ano antes do término do mandato - ou seja, em abril -, quando o cartola afastado ainda estará cumprindo suspensão.