A final da Champions League nesta temporada colocará, frente a frente, representantes de dois momentos distintos no futebol mundial.
De um lado, a Inter de Milão e todo o seu tradicionalismo com os três títulos do torneio em cima da mesa. Do outro, o Manchester City, um dos mais bem-sucedidos dos 'novos ricos' do futebol, alavancado pela fortuna de um sheik árabe.
Até 2008, o City era considerado o "primo pobre" do United. Naquele ano, o Abu Dhabi United Group comprou todas as ações do clube por 210 milhões de libras (R$ 1,2 bi). A empresa viria a se tornar o Grupo City, um braço do governo dos Emirados Árabes Unidos controlado pelo sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan.
Tudo, então, mudou. O clube, que vivia um jejum de 44 anos, foi sete vezes campeão na Premier League; além dos três títulos na Copa da Inglaterra; seis na Copa da Liga Inglesa; e três na Supercopa da Inglaterra.
City bate na trave na Champions League
A Champions League, antes um sonho, passou a ser uma obsessão que passou perto em várias temporadas. Em 2015/2016, o time chegou às semis. Em 2020/2021, foi às finais, mas em 2021/2022 parou no Real Madrid, ainda nas semis.
Para chegar a estes números, nomes de peso: Jack Grealish, Erling Haaland, Kevin De Bruyne, Ruben Dias, Mahrez, e outros nomes que figuram na lista das negociações mais caras da história do futebol mundial.
Mas, talvez, a peça mais importante desse elenco esteja à beira do gramado. Pep Guardiola já era um técnico vencedor com uma carreira consolidada quando chegou ao City, em fevereiro de 2016. Essa parceria, que já é de sucesso, poderá, enfim, ser coroada, com o tão sonhada taça da Champions.
Na última semana, o Manchester City (1,51 bi de euros) superou o Real Madrid (1,46 bi de euros), o Barcelona (1,37 bi de euros), e o próprio rival Manchester United (1,36 bi), com folga, na lista dos clubes mais valiosos do futebol mundial. O investimento venceu a velha receita de quanto mais torcedores e mais antigo, mais valioso o clube.
Inter, tricampeã e um dos times mais tradicionais do mundo
A Inter de Milão acredita no peso de sua camisa e na tradição do seu escudo para vencer o favoritismo - e o orçamento bilionário - do City nesta decisão.
Essa é a sexta final do time italiano, que venceu a Champions pela última vez há 13 anos, em 2009/2010, diante do Bayern de Munique e sob o comando de José Mourinho. Antes, levou a taça em 1963/1964 e 1964/1965, com a participação do brasileiro Jair da Costa.
A equipe traz consigo uma grande coincidência com o Manchester City. Nesta temporada, o time inglês faturou a Premier League e a Copa da Inglaterra, e conta com a Champions para uma tríplice coroa.
A Inter de 2009/2010 atingiu o feito. Campeã italiana, da Copa da Itália, da Champions e ainda do Mundial de Clubes, sobre o Mazembe.
Apesar de reconhecer o favoritismo do rival, o treinador Simone Inzaghi elegeu os fatores que consideram indispensáveis para a equipe em Istambul: "coração" e "mente".
- É normal o Manchester City ser favorito, é o melhor time do mundo e já o demonstrou. Também fizemos uma campanha fantástica. Queremos fazer história. Depois de 13 anos estamos na final e queremos aproveitar a oportunidade. Vamos precisar de muito coração e muita mente - disse, em entrevista coletiva.
Mas o time também tem um investidor milionário por trás das suas finanças: desde 2016, a empresa Suning Holdings Group, do magnata chinês Zhang Jindong, adquiriu as ações da equipe italiana.
O Suning.com, do qual é dono, é um dos maiores varejistas de eletrodomésticos da China, o que faz de Zhang um dos homens mais ricos de todo o país.
As convicções serão colocadas à prova a partir das 16h deste sábado (10), no estádio Olímpico Atatürk, em Istambul. Na decisão, a única certeza é que o campeão escreverá seu nome, mais uma vez, na história do futebol.