Vini Jr foi vitima de, ao menos, 10 casos de racismo nos últimos dois anos na Espanha (Foto: Ruben Albarran/SOPA Images/Sipa USA)

A polícia nacional da Espanha identificou e definiu medida cautelar para quatro suspeitos de pendurar um boneco com a camisa de Vini Jr antes do clássico entre Real Madrid e Atlético de Madrid, em janeiro deste ano.




Os suspeitos respondem por crime de ódio e foram liberados após prestar depoimento. A medida cautelar determina que eles ficam impedidos de se aproximarem ou se comunicarem com Vinícius Júnior, além da proibição de frequentar qualquer estádio do Campeonato Espanhol.

A punição diz respeito a um dos casos de racismo sofrido pelo brasileiro, desta vez contra o Atlético de Madrid, em 26 de janeiro deste ano. Antes do jogo, vencido pelo Real por 3 a 1, pelas quartas de final da Copa do Rei, torcedores do Atlético de Madrid penduraram um boneco vestido com uma camisa de Vinicius Junior, simulando um enforcamento. O brasileiro marcou um gol naquele jogo, que marcou a eliminação dos rivais da competição.
 

Três dos quatro detidos possuem antecedentes criminais e se recusaram a prestar depoimentos perante o juiz e agora aguardam a data para o julgamento. Segundo o código penal espanhol, acusados por crimes de ódio podem pegar até 4 anos de prisão.




Casos de Racismo contra Vini Jr e punições


O brasileiro já foi vítima de, pelo menos, 10 casos de racismo em dois anos. O mais recente aconteceu no último domingo (21), contra o Valencia, pelo Campeonato Espanhol, quando o atacante foi chamado de ‘mono’ (macaco, em espanhol) por diversos torcedores presentes no estádio de Mestalla. O jogador ainda foi expulso pela arbitragem após reclamar dos insultos sofridos.
 


A polícia espanhola identificou, ao menos, três torcedores que insultaram o brasileiro com xingamentos racistas. A federação espanhola, por sua vez, definiu uma multa de 45 mil euros (cerca de R$ 242 mil) ao Valencia, pelo ato de racismo de seus torcedores, além do fechamento do estádio por cinco jogos sem torcida.
 
 
 
A Federação ainda definiu o afastamento imediato do árbitro de vídeo, Nacho Iglesias Villanueva. A federação e a comissão de arbitragem consideraram que Iglesias Villanueva foi determinante para que o atacante do Real Madrid fosse expulso, ao cortar da imagem enviada ao árbitro Ricardo Bengoetxea as agressões feitas por Hugo Duro, mostrando apenas o tapa do brasileiro.




Manifestações de apoio


Diversas personalidades jogadores e personalidades manifestaram apoio ao brasileiro ao longo desta semana, entre eles o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, e o presidente do Brasil, Lula (PT). Em nota o Real Madrid agradeceu o apoio.

- Nosso agradecimento ao Presidente do Brasil, Lula da Silva, que apela para que sejam tomadas medidas sérias para combater este problema e cuja vítima é, como disse: "um jovem que venceu na vida e que se está a tornar um dos melhores jogadores do mundo” - disse o Real em nota.
 
 
 
Além dos jogadores, o alto comissariado da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, cobrou medidas drásticas por parte das entidades esportivas.

- Estamos apelando para que todos os organismos que organizam o esporte que contenham, combatam e façam uma prevenção ao racismo. Eles precisam fazer isso de forma séria e com a determinação que é exigida - disse.