Ancelotti concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (Foto: Divulgação/Real Madrid )


 
Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, revelou ter falado com Vinicius Jr sobre a possibilidade de deixar o gramado no último domingo (21), em Valencia, quando o brasileiro foi alvo de ataques racistas. 




- É algo que eu pensei, sim. Perguntei a ele se queria continuar e o árbitro pediu para ele fazer isso, então essa possibilidade acabou aí. Mas é claro que é uma possibilidade. Espero nunca ter que fazer isso, porque não quero. Existe um juiz responsável por tomar essa decisão. Espero. Mas é uma possibilidade - disse, em entrevista coletiva. 

Durante a coletiva, nada de futebol. O treinador já havia deixado claro, logo após sair do gramado no Camp de Mestalla, que falar sobre o episódio de racismo era mais importante que discutir a derrota fora de casa. Ancelotti também falou como o VAR interpretou a imagem no momento da expulsão de Vinícius - tanto o árbitro de vídeo como os de campo foram demitidos pela La Liga. 

- Manipular imagens é bastante grave. Vini Jr foi atacado antes pelo goleiro e depois por Hugo Duro. Se alguém é atacado, tem que se defender. Foi o que aconteceu. 




Ancelotti considera que o episídio pode ser uma oportunidade para debater o assunto. Ele afirma que Vini não treinou no período da manhã por um incômodo no joelho, e condena quem aponta o brasileiro como culpado pelos frequentes episódios de injúria racial. 

- Estamos preocupados com o que aconteceu, como todo mundo. Muito se fala sobre esse tema e é justo e correto falar sobre isso. Pode ser uma grande oportunidade para melhorar as coisas. Vini está um pouco triste. Ele não treinou hoje porque se sentiu uma dor no joelho - disse. 

- Vini foi vítima do que aconteceu, e não o culpado Às vezes, ele é considerado culpado por que dizem que provoca. Entendo. Ele é a vítima de tudo, e também são vítimas os torcedores que se comportam de maneira impecável. Quando me refiro ao estádio de Mestalla, não me refiro aos 46 mil, mas a um grupo que se comportou muito mal, como em Mallorca e em Valladolid. Deixando de lado o racismo, parece que insultar é um hábito.