A jornalista espanhola María Morán, 34, recebeu ameças de estupro nas redes sociais por fazer uma pergunta para Carlo Ancelotti sobre Vinicius Jr. Mas engana-se quem pensa que o episódio da última terça-feira (3) é um caso isolado na vida da repórter da BeIN Sports e da TV por assinatura Gol.
- Essa não foi a primeira vez. Em setembro, os ultras do Atleti (torcida ultrarradical do Atlético de Madrid) me atacaram por defender o Vinícius (após caso de racismo). Há um mês, aconteceu o mesmo com o Barça, por perguntar algo que os torcedores não gostaram. Os radicais do Atleti também mexeram com a minha filha. Chamaram a minha filha de p***. Ela é um bebê - revelou a jornalista em entrevista ao Superesportes.
Depois da enxurrada de xingamentos, parte da imprensa local “surfou na onda das ofensas para ganhar mídia”. A afirmação da jornalista foi pesarosa, principalmente por envolver colegas mulheres. No entanto, ela também recebeu apoio, tanto de jogadores quanto de figuras importantes da Espanha.
- Há uma semana, fiz a mesma pergunta sobre um jogador do Rayo Vallecano e ninguém se importou. Essa repercussão toda se deu porque foi algo direcionado ao Vini. Mas todo mundo me apoiou. Quem não vai apoiar uma mulher que recebeu insultos ao seu bebê? Só loucos mesmo - contou.
María sofre com ataques machistas no ambiente esportivo mesmo já sendo uma profissional consolidada na imprensa. Há 15 anos, ela atua como repórter e faz a cobertura dos principais times espanhóis, sendo figurinha carimbada em competições continentais. Hoje, ela se divide entre a maternidade solo da filha Cayetana, de 18 meses, e a profissão.
Jornalista foi atacada por fazer pergunta sobre Vini Jr; entenda o caso
Desde que María questionou se Vini "deveria receber um cartão vermelho como aprendizado pelos constantes protestos contra a arbitragem" na La Liga, ela vem recebendo mensagens com ameaças.
Na ocasião, Ancelotti respondeu que Vini recebe muitos cartões amarelos, e que a punição é "mais do que suficiente". A filha de María com o goleiro Jasper Cillessen, ex-Valencia, também foi vítima das ofensas.
Ela encaminhou print das conversas para as autoridades espanholas, que estão investigando o caso.