Documento traz o argumento de que a suposta vítima teria entrado no banheiro da boate 2 minutos depois de Daniel (Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP)


 
O caso Daniel Alves ganhou um novo capítulo. Em recurso apresentado pela defesa do jogador nessa segunda-feira (31), o advogado do lateral-direito questionou o depoimento da mulher de 23 anos que acusa o atleta brasileiro de estupro. Segundo informações obtidas pelo jornal espanhol 'La Vanguardia', o documento traz o argumento de que a suposta vítima teria entrado no banheiro da boate Sutton, de Barcelona, dois minutos depois de Daniel.




A equipe liderada pelo advogado especialista em direito penal, Cristóbal Martell, analisou sete horas de filmagens da boate e alega que o teor das imagens não coincide com o depoimento prestado pela mulher, que acusa Daniel Alves de violência sexual.

Segundo as informações divulgadas pelo periódico, a defesa alega que a suposta vítima teria entrado no banheiro dois minutos depois do jogador e, nesse intervalo, teria conversado com duas amigas e um garçom em clima de descontração. Ela ainda teria entrado no banheiro sem que o brasileiro abrisse a porta.

Para a Justiça espanhola, a mulher de 23 anos contou que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador "levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada". Instantes depois, ele teria pedido para que ela o seguisse até uma porta, e ela teria se dado conta de que era um banheiro só ao entrar no local. Ali teria ocorrido a agressão sexual.




No depoimento, a suposta vítima ainda afirma que teria tentado sair do local, mas foi impedida pelo jogador. 

Recurso de defesa


No documento de 24 páginas apresentado ao Tribunal l n.º 15 de Barcelona e entregue ao advogado da vítima e ao Ministério Público, a defesa de Daniel Alves questiona o depoimento da mulher e se concentra em argumentar que não há risco de o jogador fugir da Espanha. 

Segundo informações divulgadas pelo jornal 'El Mundo', o recurso apresentado reafirma versão do brasileiro de que a relação entre ele e a jovem foi consensual. De acordo com o documento, a suposta vítima, sua prima e uma amiga teriam compartilhado "de modo lúcido e festivo" com Daniel Alves e seus acompanhantes na área VIP da boate Sutton. 

O Ministério Público Espanhol e a defesa da vítima terão cinco dias para apresentar as alegações, tentando justificar por que Daniel Alves tem que permanecer em prisão preventiva.

O jogador está preso desde 20 de janeiro, em Barcelona, acusado de agressão sexual, que teria sido cometida em 30 de dezembro de 2022. Ele nega ter cometido o crime. Os advogados de Daniel Alves acreditam que ele deve deixar a prisão em um mês, para responder ao processo em liberdade.