Um tribunal federal da Suíça abriu nesta quarta-feira (8) o processo contra Michel Platini e o ex-presidente da Fifa Joseph Blatter, julgados pelo pagamento suspeito que encerrou em 2015 a trajetória de ambos como dirigentes do futebol mundial.
Os dois antigos aliados, que se tornaram rivais à medida que Platini se mostrava impaciente para suceder Blatter, compareceram em liberdade ao tribunal de Bellinzona, nesta quarta-feira (8).
Platini, 66 anos, e Blatter, 86, são acusados de "obter ilegalmente, em detrimento da Fifa, um pagamento de dois milhões de francos suíços" (1,8 milhão de euros, pouco mais de US$ 2 milhões) "em favor de Michel Platini", de acordo com o Ministério Público.
Objetos de outros processos, na França para o ex-jogador e na Suíça para Sepp Blatter, os dois podem ser condenados a cinco anos de prisão ou a pagar multa, caso sejam considerados culpados.
Defesas e acusação concordam em um ponto: o francês foi assessor de Blatter entre 1998 e 2002, durante o primeiro mandato do suíço à frente da Fifa, e os dois dirigentes assinaram um contrato em 1999 que estabeleceu uma remuneração anual de 300 mil francos suíços "faturado pelo senhor Platini e integralmente pagos pela Fifa", segundo a Promotoria.
Mas em janeiro de 2011, "mais de oito anos após o fim da sua atividade como assessor", o ex-capitão da seleção francesa "alegou uma dívida de 2 milhões de francos suíços (quase de dois milhões de dólares)", paga pela entidade que comanda o futebol mundial "com a participação" de Sepp Blatter.
Para a acusação, este foi um pagamento "sem fundamento", que induziu "de maneira hábil ao erro" os controles internos da Fifa por meio de declarações enganosas dos dois dirigentes.
Ambos insistem que decidiram desde o início por um salário anual de 1 milhão de francos suíços, em um acordo oral e sem a presença de testemunhas.