As regiões separatistas de Donetsk e de Lugansk, na Ucrânia, são sedes de times tradicionais do país, como o Shakhtar Donetsk e o Zorya, respectivamente. O primeiro foi casa de atletas com passagens por Atlético e Cruzeiro. Por sua vez, o segundo viveu uma polêmica com a Raposa, em 2020, em função do pagamento de parte dos valores do atacante Willian do Bigode.

A compra do atleta pelo Cruzeiro ocorreu em julho de 2014 junto ao Metalist Kharkiv, mas houve transferência de créditos da dívida celeste para o Zorya.

Em maio de 2020, o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, disse que o clube havia quitado os débitos com o Zorya.

Contudo, o time ucraniano alegou não ter recebido. O caso já estava na Fifa, e o Cruzeiro foi punido com o transfer ban. A Raposa recorreu e divulgou, em 2 de setembro de 2020, documento assinado por um representante do time ucraniano confirmando o acordo e pedindo reconsideração da sanção. O pedido celeste foi negado. 

Por fim, em outubro daquele ano, a Raposa anunciou o fim da punição na Fifa, com o pagamento de cerca de R$ 7 milhões aos ucranianos.

Zorya

Atualmente, 13 atletas brasileiros atuam no Shakhtar, que está sediado em Kiev, a capital da Ucrânia. Por lá, já atuaram diversos jogadores com passagens por Galo e Cruzeiro.

Um deles é o atacante Bernard, negociado pelo Atlético. O clube ucraniano investiu 25 milhões de euros em sua contratação (R$ 77 milhões na época), em agosto de 2013, logo após o Alvinegro ter se sagrado campeão da Copa Libertadores. Pelo clube ucraniano, o velocista balançou as redes 28 vezes em 156 jogos oficiais.

No Galo, Bernard contabilizou 22 gols em 100 jogos e integrou o quarteto histórico que também tinha Diego Tardelli, Jô e Ronaldinho Gaúcho. Graças ao desempenho no time alvinegro, o atacante foi chamado pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender o Brasil na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014. Ele anotou um gol em 14 jogos com a amarelinha.

O atacante foi vendido pelo Fluminense ao Shakhtar por aproximadamente 9 milhões de euros (quase R$ 26,5 milhões na cotação naquela época), em junho de 2013, após ser campeão brasileiro. Pelo Shakhtar participou de 75 jogos, com 12 gols marcados.  

Nesta quinta-feira (24), o atacante pediu orações pela Ucrânia em uma postagem no Instagram.

Contratado pelo Cruzeiro em junho de 2021, Wellington Nem disputou 23 partidas na Série B. Ele contribuiu com três passes para gols, porém não balançou a rede.

Fred fez parte das categorias de base no Atlético, antes de se transferir para o time Porto Alegre, da capital gaúcha. Depois, passou pelo Internacional. Ele foi vendido ao Shakhtar por cerca de 15 milhões de euros. O Colorado ficou com R$ 31,2 milhões - ou 70% dos direitos.

No Instagram, o mineiro de Belo Horizonte, que hoje atua no Manchester United, disse: "Momento muito triste que nossos amigos da Ucrânia estão atravessando. Minhas orações estão voltadas a vocês. Torço que essa situação seja resolvida o mais rápido possível e que a paz seja restabelecida. Tenho um carinho enorme pela Ucrânia e pelo seu povo. Que Deus abençoe todos vocês".

O ex-atacante do Cruzeiro foi outro que passou pelo Shakhtar, nas temporadas 2010 e 2011. Em 25 jogos, marcou oito gols. Sem espaço, acabou acertando com o Grêmio, em 2012.

Ao todo, o atacante fez 147 jogos pelo Cruzeiro, onde foi campeão do Brasileirão de 2014 e dos Campeonatos Mineiros de 2008 e 2014. Ele é o maior artilheiro estrangeiro da história da Raposa, com 54 gols.

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