Em toda entrevista que dá, Fernando Diniz ressalta o quanto gosta de falar de futebol. Dessa vez, entretanto, o que aconteceu dentro das quatro linhas na derrota do Fluminense para o River Plate ficou em segundo plano. Os repetidos casos de racismo na Libertadores, desta vez em Buenos Aires, tomaram a atenção do treinador, que detonou a Conmebol, responsável pela organização da competição.

- É lamentável. E não foi só aqui dentro do estádio. Nas ruas também de Buenos Aires. A Conmebol tem que tomar uma atitude com relação a isso. Não pode acontecer. Acontece com muita gente, não é um ou outro. São muitos. Estamos vivendo no mundo que é todo mundo irmão. Só serve quem tem linhagem europeia? Isso é uma vergonha para o país, para a cidade, para o clube - declarou.

Ao falar do jogo, o técnico admitiu que o Tricolor foi inferior ao River Plate no Monumental de Núñez.

- -Eles não tinham outro resultado a não ser a vitória. Se empatassem, praticamente estavam eliminados. Mas a equipe, principalmente no segundo tempo, depois que tomou o gol, teve uma postura dominante, de protagonismo, que a gente poderia ter jogado mais assim durante a partida toda - destacou.

Diniz pediu providências para que casos como esse não voltem a se repetir. O próprio River Plate, além de Racing e Argentinos Juniors, receberam multas em punições por racismo. Nada que tenha mudado o panorama.

- Permitir que torcedores como esses... isso não são torcedores, devia estar preso. Isso tem que ser crime. E o futebol mundialmente e aqui na América do Sul a Conmebol tem que tomar providências. Porque é só pegar a câmera do estádio e ver que foram vários imitando macaco. Vários. E achando que isso é bonito.

Depois de ver argentinos imitarem macacos em direção a seus torcedores, o Fluminense enviará reclamação formal à Conmebol quanto ao caso. 

Presente em Buenos Aires, o presidente Mario Bittencourt pretende falar pessoalmente com Alejandro Domínguez, presidente da entidade máxima do futebol sul-americano.