O Fluminense venceu o Red Bull Bragantino por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro e encerrou um jejum de gols e jogos sem vencer. Mas mais importante do que isso, renovou as esperanças dos tricolores para a Libertadores, obsessão nas Laranjeiras. As bolas na rede de Paulo Henrique Ganso e Felipe Melo deram três pontos e novo ânimo para a equipe comandada por Fernando Diniz.

Desde o apito inicial que a intensidade do Flu era claramente diferente dos últimos jogos.

Mesmo a revolta com a arbitragem nos primeiros minutos do jogo mostrava que o Tricolor tinha uma postura diferente do time apático que foi eliminado pelo Flamengo na Copa do Brasil. Embora o Bragantino tenha começado melhor o jogo, o mérito era paulista: o time da casa estava, sim, em rotação alta.
 

Logo que encaixou a marcação e conseguiu levar perigo, o Fluminense passou a dar mostras do time que venceu o Campeonato Carioca e se credenciou para brigar por todos os títulos da temporada.

E muito pela atuação -- e pelo espaço -- que teve Jhon Arias. Válvula de escape e grande destaque do time desde 2022, o colombiano mais uma vez foi a personificação do Dinizismo: insistiu em suas convicções e voltou a encantar.

As arrancadas começaram pela direita. Na mais importante delas, Ganso mostrou a classe de sempre e pegou de primeira para mandar no ângulo e encerrar um jejum que já durava quase dez horas.

Nem mesmo a boa fase do camisa 10, jogador mais regular do time ano, foi sufuciente para evitar a terceira maior "seca" de bolas na rede do clube, perdendo apenas para os jejuns de 2018 e 1985.

Isso também porque Arias foi mais uma vez o verdadeiro termômetro do time comandado por Fernando Diniz. Se nos últimos jogos esteve abaixo do que pode entregar, assim também foi o Tricolor, que mais do que a sequência de resultados ruins, não jogava bem desde a vitória sobre o Cruzeiro, por 2 a 0, no Mineirão, há sete jogos.

- Uma vitória que significa confiança para nós, apesar de como foi o jogo. Fomos muito superiores, mas terminamos com o Bragantino tendo mais posse, até pelo resultado que estava. Estamos melhorando, estamos fechados com o Fernando, com a ideia. Sabemos que precisamos melhorar, como todo mundo precisa melhorar. Feliz porque voltamos a marcar e a ganhar. Tomara que seja um reinício - afirmou o próprio colombiano, eleito o craque do jogo na transmissão da Globo.

Mesmo que continue sem todo o lado esquerdo titular, com as ausências de Marcelo, Alexsander e Keno -- o que deve seguir por alguns jogos --, o Fluminense mostrou um repertório maior contra um adversário difícil. 

Embalado, o Bragantino ofereceu muita resistência ao Tricolor, que precisou de grandes atuações de Ganso e Arias para compensar o jejum de Cano, que segue sem marcar. Não fosse uma diferente e equivocada marcação de bola parada, a partida poderia ser até mais complicada. 

- O Cano, muito diferente dos outros, está super tranquilo. Ele está perto de fazer gol, tenho confiança. Não deixa de ajudar o time na parte defensiva. Um exemplo do que é a alma do time. O Cano, nos últimos dois jogos, teve oportunidade de marcar. Nos outros a bola estava indo para um lado e ele parecia não estar conectado com o time. Hoje ele teve algumas oportunidades que poderia ter feito, mas tenho segurança que no momento certo ele vai fazer - opinou Diniz. 

Mas bastou o olhar diferente de Ganso para que o Flu conseguisse ampliar, contando com o senso de colocação e oportunismo de Felipe Melo. O zagueiro fez excelente jogo e mostrou mais uma vez sua importância na equipe, apesar da implicância da torcida.

Se vaiou o camisa 30 e o técnico na escalação, o torcedor ao menos fez sua parte durante os 90 minutos e ajudou a equipe. Após a partida, Diniz agradeceu o apoio. 

- Acho que a torcida do Fluminense entende o que está sendo feito. Futebol é muito louco, igual eu fui questionado aqui de céu e inferno. Não tinha nem céu nem inferno, foram 15 dias. Da derrota para o Botafogo até a derrota para o Flamengo deu menos que 15 dias. Começa um monte de questionamento, mas a torcida do Fluminense tem uma relação muito especial com esse time, joga junto e tem sido fundamental desde o dia que cheguei aqui. Quero agradecer muito à torcida - afirmou o treinador.

 

River Plate x Fluminense, 7 de junho (quarta-feira), às 21h30, no Monumental de Núnez, em Buenos Aires (ARG) - Libertadores

Goiás x Fluminense, 11 de junho (sábado), às 18h30, no Estádio Hailé Pinheiro, em Goiânia (GO) - Campeonato Brasileiro