Fluminense de Diniz caiu de rendimento e sofre com desfalques e apatia (Foto: Marcelo Gonçalves/Divulgação)



Fernando Diniz pode não gostar que o futebol seja céu ou inferno, mas a figura de linguagem não é utilizada à toa. O Fluminense que encantava o Brasil no início da temporada sofreu queda de rendimento que culminou em uma dura eliminação para o arquirrival Flamengo na Copa do Brasil




Embora evite admitir equívocos -- principalmente os que não são seus --, o treinador viu sua equipe escancarar a apatia que preocupa o torcedor. A equipe que não venceu ou balançou as redes nos últimos cinco jogos, tampouco vem tendo boas atuações, embora Diniz discorde.

- Minha resposta vai ser a mesma de quando vencemos o Carioca. Muita gente acha que vai do céu ao inferno. Não estou no céu e tampouco no inferno. O time deu reação e começou a jogar bem. Foi jogo com um adversário muito difícil. Quero ver no futuro quem vai ter um domínio da posse como a gente teve. O resultado foge das nossas mãos muitas vezes, tem coisas que não se explicam. Os jogadores sabem que precisamos melhorar, sabem que precisamos olhar o nosso rendimento e continuar melhorando. É bom senso, continuamos na mesma, não é céu ou inferno. Comigo não tem inferno - falou o treinador em sua coletiva de imprensa após a eliminação. 



Na eliminação para o Flamengo, além de ter criado pouco, o Fluminense perdeu o coração do clássico. Enquanto o rubro-negro era vibrante mesmo com o placar empatado e o confronto aberto, o tricolor respondia modorrento, insistindo em mesmos padrões que não estão solucionando os problemas.



Se blinda ao máximo o elenco das críticas -- como também fez dos elogios --, o Flu por consequência acaba se desconectando um pouco dessa vibração quando mais precisa. A começar pela ausência "inesperada" de Marcelo, o estado anímico de sua equipe estava longe do ideal.



Fora o bom primeiro tempo em Itaquera, na derrota para o Corinthians, o Flu ofereceu pouquíssimas alternativas. Surpreendentemente, Gabriel Pirani pela lateral esquerda foi uma delas, mas não o suficiente para virar o placar.

O jogador foi bem na função pedida e tem qualidade, mas franzino e sem força para se impor, acabou sendo um arquétipo do que foi a atuação tricolor no Maracanã.



Gabriel Pirani foi testado na lateral-esquerda e entrou bem no jogo (Foto: Marcelo Gonçalves/Divulgação)



Sem força para vencer e com elenco limitado pelos desfalques, o Fluminense foi justamente eliminado da Copa do Brasil, e a dura derrota precisa ser uma lição para a equipe na temporada. Como resposta ao "cobertor curto", Diniz disse que o tricolor está de olho no mercado da bola para se fortalecer.

- Não queremos que o time caia de produção, mas isso acaba acontecendo. Os bons times são os que sobem de produtividade e acho que nós fizemos isso. A gente tem que ir com critério para saber contratar. O Fluminense não tem dinheiro. Para pagar a folha é complicado, o presidente tem que conseguir arrumar o dinheiro para honrar os compromissos, então temos que ter critério para contratar com precisão - afirmou.


Flu segue sem fazer gols, mas finaliza pouco


Do lado do Flu, exceto por cabeçada sem direção de Nino, apenas Germán Cano finalizou. Muito pouco para um time que passou mais de uma hora atrás do placar em um mata-mata.




- A gente vai procurar fazer o nosso melhor. Não tem receita. Vamos treinar para criar oportunidades, ter circulação... Primeira coisa para fazer gol é criar oportunidade. Vamos fazer de tudo para elas acontecerem - disse Fernando Diniz.

Cano lamenta chance perdida (Foto: Iconsport)


É difícil, inclusive, não ver a dependência de Cano no Fluminense. Quando o argentino marca, o tricolor geralmente vence. Os números não deixam mentir. Ao alcançar seu maior jejum pelo Flu, de cinco jogos, ele mostra que a equipe tem poucas opções de contundência para resolver jogos.



Desgastado, John Arias voltou a ter dificuldades e fez uma de suas piores partidas pelo clube. Não faltou só oxigênio, mas o colombiano foi o melhor exemplo de um time que perdeu o fôlego quando mais precisou. Sem sua dupla funcionando, o Flu não teve criatividade para voltar a vencer.




O único lúcido na parte ofensiva era Ganso, que cansou no fim e deixou o gramado para os vestiários mancando bastante. O camisa 10 novamente tentou organizar o time, mas com todos muito abaixo do esperado, não foi possível. Para piorar, o melhor jogador da defesa, Nino, convocado para a Seleção, também falhou pela segunda vez seguida no jogo aéreo.

Próximos jogos do Fluminense


O Fluminense volta a campo contra o Red Bull Bragantino, no domingo (4), às 16h. Depois, tem mais uma "decisão". Pela Libertadores, enfrenta o River Plate, no Monumental de Núñez, na quarta (7), às 21h30. Se vencer, o Tricolor se classifica e ainda elimina os argentinos. O empate também pode garantir a equipe de Fernando Diniz nas oitavas de final da competição.