Os torcedores do Fluminense que voltaram do empate sem gols contra o Flamengo pela Copa do Brasil nos trens da Supervia, na noite de terça (16), não tiveram vida fácil. Relatos nas redes sociais e imagens feitas por vítimas mostram agressões e roubos dentro do sistema ferroviário e no viaduto de acesso à estação Maracanã.




Depois do empate sem gols, focos de confusão se formaram na rampa da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), viaduto que dá acesso à estação de metrô e de trem do Maracanã. 





Por ali, o Bepe (Batalhão de Especial de Policiamento em Estádios), órgão da Polícia Militar responsável pelas operações de segurança em dias de jogos, apareceu para dissipar as confusões com spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo. 

A ação apenas aumentou a confusão. Em meio ao empurra-empurra no viaduto, algumas pessoas foram pisoteadas, incluindo idosos e crianças. Torcedores relataram nas redes sociais que se tratava de um arrastão de membros de organizadas do Flamengo. No Twitter, um torcedor afirma que rubro-negros empurraram um tricolor de um viaduto em Santa Cruz, zona oeste do Rio de Janeiro.











Procuradas pelo Superesportes, as autoridades deram poucos detalhes sobre o caso apesar do envio das imagens e relatos. A Supervia, concessionária de transporte ferroviário na região metropolitana do Rio de Janeiro, lamentou o "vandalismo". O posicionamento, entretanto, não fala sobre o caso da noite de terça (16). Confira a íntegra ao fim do texto. 

Israel Gomes, de 21 anos, que estava no trem, viveu momentos de tensão desde o término do jogo. Já acostumado com clássicos, não se surpreendeu com a maioria rubro-negra na estação de Gramacho, mas passou sufoco. 

- Tive até o celular revistado por membros de organizadas antes de ser "liberado". Tinham muitos flamenguistas pelas estações em busca de torcedores rivais. Muita correria e briga. Em dado momento, policiais chegaram a descer para a estação, mas os torcedores fugiram pelos trilhos - afirmou ao Superesportes.




O MetrôRio afirmou que não houve registro de confusões na estação após o jogo e que não é responsável pela segurança nos acessos, que cabe à Polícia, e que as imagens das câmeras de segurança não foram solicitadas pela Polícia Civil. Os registros só podem ser partilhados mediante decisão judicial.

O que diz a Polícia 

 
Já a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) e o Bepe afirmaram que não houve prisões relacionadas à confusão no acesso dos trens da Supervia, mas não respondeu sobre os ocorridos nas composições. O Bepe deteve trinta integrantes de torcidas organizadas próximas ao estádio no início do jogo entre Fluminense e Flamengo, próximo à estação de São Cristóvão. 
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, na noite de terça-feira (16/05), policiais militares do Grupamento de Policiamento Ferroviária (GPFer) e do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (BEPE) atuaram na dispersão de tumultos que ocorreram na saída do público ao término da partida das oitavas de final da Copa do Brasil 2023. Não houve prisões relacionadas.



 

Em operação no Fla-Flu, Bepe prendeu trinta membros de torcidas organizadas dos dois clubes no entorno do Maracanã (Foto: Reprodução/PMERJ)

 

O que diz a Supervia


A SuperVia faz um alerta contra atos de vandalismos que colocam em risco quem utiliza o sistema ferroviário, além de danificar os trens, causando transtornos aos passageiros. São quebrados com frequência: visores das portas e difusores do ar-condicionado.

A concessionária faz campanhas  educativas para evitar danos aos trens, principalmente, em dias de jogo. Além do prejuízo financeiro para a concessionária, os passageiros são atingidos diretamente, já que as composições vandalizadas são retiradas de circulação para manutenção. Na prática,  o vandalismo afeta diretamente a operação dos trens.

Quando há partidas de  futebol, são realizadas operações especiais no sistema ferroviário, envolvendo o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) e o efetivo de segurança da SuperVia. Os agentes de controle da concessionária não têm poder de polícia e fazem o patrulhamento,  sendo orientados a acionar os órgãos policiais sempre que necessário. Os casos são registrados em delegacia.




A colaboração de toda a população é fundamental, no sentido de ajudar na conservação de trens e estações e de denunciar caso presencie algum destes crimes. Para fazer a denúncia, o cidadão pode entrar em contato direto com as autoridades policiais, através do telefone 190 ou pelo  Disque Denúncia, pelo telefone 2253-1177.