Nascido em Lomas de Zamora, Germán Cano iniciou sua carreira no Lanús, clube da cidade onde cresceu, na grande Buenos Aires. Na Argentina, entretanto, o atacante do Fluminense não fez sucesso.
- Cano ainda é solicitado a apresentar seus documentos de identidade por aqui - brincou Martin Macchiavello, editor-assistente do diário Olé, da Argentina.
E certamente temor por parte da torcida do River, que sofreu no Maracanã, na noite de terça (2), sua pior derrota na história da Libertadores. Para o atacante, inesquecível.
- Foi uma noite de sonhos. Tanto o ano passado como este são os melhores anos da minha carreira e estou desfrutando muito disso. É um presente - afirmou.
Um atacante letal, temido pelas defesas e torcidas adversárias, o argentino já marcou 67 gols desde janeiro de 2022 -- número superior a todos os jogadores do planeta bola, cinco acima do astro Erling Haaland no período. Este ano, os dois estão empatados, com 23 bolas na rede, mas Cano jogou 21 vezes, contra 23 do norueguês.
Mesmo que "se sente à mesa dos maiores artilheiros do mundo", nas palavras de Macchiavello, Cano não teve muitas chances no time profissional em 2008, que à época, tinha José Sand, com passagens pelo Vitória, no Brasil, como grande jogador e ídolo da equipe justamente na posição de centroavante.
Sem oportunidades, foi emprestado ao Chacarita (ARG) e ao Colón (ARG), e tampouco conseguiu destaque.
- Não me queriam na Argentina. Treinava a semana toda sabendo que nos domingos assistiria meus companheiros pela tribuna - lamentou o atacante ao Olé, em 2018.
O rancor ficou claro na coletiva de imprensa, quando questionado por um repórter sobre sua multa rescisória e se jogaria no River Plate, foi categórico:
- Voltar para a Argentina não está nos meus planos, estou muito feliz no Fluminense - resumiu.
Em 2011, Cano decidiu deixar o país rumo à Colômbia. Seria a decisão mais acertada de sua vida. Pelo Deportivo Pereira (COL), em apenas um semestre, marcou 10 gols em 18 jogos, mas não conseguiu evitar a queda de sua equipe.
Suas atuações atraíram a atenção do Independiente Medellín (COL), que o trouxe de volta ao país após breve período atuando pelo Nacional (PAR).
Em 2019, apenas Messi fez mais do que os seus 42 gols. Nem Sergio Agüero lhe fez frente.
- Sem dúvidas o jogador com mais faro de gol que passou pela Colômbia - resumiu o colombiano Danilo Gómez Herrera, repórter da Rádio Munera, de Medellín.
A idolatria faz com que até hoje os colombianos acompanhem Cano e até torçam pelo seu êxito no futebol brasileiro.
- Há camisas do Fluminense em Medellín por causa de Germán Cano, como já tiveram do Vasco anteriormente - garante o radialista.
Cano é temido pelos rivais na Libertadores
Já no Peru, onde deixou sua marca na estreia do Flu na Libertadores, sua fama não é tão grande.
- Ele marcou duas vezes em Lima, mas não se fala muito nele. Não acompanhamos muito o Brasileirão em nosso país, apenas temos o costume de seguir quando há algum peruano atuando, como foi com Paolo Guerrero e Christian Cueva, por exemplo. Acabamos por conhecê-lo da pior maneira - disse Sharles Hernández, repórter do El Comercio, principal veículo do país.