Fluminense: por que planejamento de Diniz para enfrentar River deu polêmica
Vindo de derrota no Brasileirão com titulares poupados, Fluminense se aproximará da classificação para as oitavas da Libertadores caso vença o River Plate
Por Caio Blois
02/05/2023 06:00
- Atualizado em: 01/05/2023 22:14
Fluminense de Fernando Diniz encerrou sequência de sete vitórias neste fim de semana, no Brasileirão (Foto: Mailson Santana/Divulgação)
Em excelente fase em 2023, o Fluminense tem o maior de seus desafios na temporada na noite desta terça-feira (2), às 21h (de Brasília), no Maracanã. Com promessa de casa cheia, o Tricolor recebe o River Plate (ARG) pela terceira rodada do grupo D, da Libertadores, com a chance de abrir vantagem para o principal rival nesta fase. Em caso de vitória, o Flu fica bem perto da classificação para o mata-mata.
O jogo contra o River é o mais importante do ano do Fluminense até aqui. Não à toa, Diniz decidiu poupar alguns titulares no Ceará, mas acabou sofrendo um revés, o que gerou algumas críticas de torcedores nas redes sociais.
Isso porque, no jogo anterior, mesmo em vantagem sobre o Paysandu, pela Copa do Brasil, após vencer o jogo de ida por 3 a 0, Diniz decidiu levar força máxima para Belém, onde repetiu o resultado do Maracanã. Nada, entretanto, que abale o bom momento da equipe. É parte do planejamento do treinador.
Líder do grupo D com seis pontos em dois jogos, o Fluminense viu os argentinos estrearem com derrota para o The Strongest (BOL) na altitude de La Paz. Agora, no primeiro confronto direto, o time de Fernando Diniz terá a chance de abrir seis pontos para os argentinos, restando apenas mais nove em disputa.
O técnico Fernando Diniz completou um ano no comando do Fluminense no último domingo (30). No período, Diniz esteve à frente do time em 66 jogos, com 42 vitórias, 10 empates e 14 derrotas, para um aproveitamento de 68,7%. O time marcou 133 gols nessa segunda passagem do treinador, uma média expressiva de 2,02 por jogo.
Hoje, Fernando Diniz terá o retorno de Marcelo, maior contratação do clube para a temporada. O lateral-esquerdo está fora do time desde que saiu ainda no primeiro tempo da vitória sobre o The Strongest (BOL).
A expectativa é que o jogador de 34 anos entre no time na vaga de Lima, deslocando o jovem Alexsander para sua posição original de volante. Martinelli, ainda com lesão muscular, é o único desfalque da equipe.
No último confronto entre Fluminense e River Plate, no Monumental de Núñez, pela Libertadores de 2021, o Tricolor impôs uma dura derrota por 3 a 1 ao rival em sua casa. Naquela edição, os dois também dividiram a chave na fase de grupos, e o Flu acabou líder, com o River em segundo lugar.
River Plate chega com 'necessidade' de vencer
Após estrear com derrota na Libertadores contra o The Strongest, River Plate venceu o Sporting Cristal em Buenos Aires, por 4 a 2 (Foto: Facebook/River Plate)
Na terceira posição do grupo D da Libertadores, o cabeça de chave River Plate chega pressionado ao Maracanã para enfrentar o líder Fluminense. O início foi bem pior do que o esperado, com derrota na Bolívia para o The Strongest (BOL) e vitória de virada sobre o Sporting Cristal (PER) no Monumental de Núñez. Agora, precisa somar pontos no Maracanã contra o adversário que sabia que seria o mais forte.
Ainda em começo de trabalho substituindo Marcello Gallardo, o técnico Martín Demichelis conta com a aprovação da torcida e da crítica argentina no geral. Mesmo assim, já se vê pressionado.
– Mais que expectativa, há necessidade de vencer. O River Plate se deu conta nas primeiras duas rodadas que o grupo da Libertadores não será fácil. Trazer um resultado seria importante para a tabela e para o estado anímico da equipe, que ainda terá o superclássico contra o Boca Juniors, a primeira partida de peso de Demichelis desde que estreou - opinou Martin Macchiavello, sub-editor do diário Olé.
Dugout
No século 21, Flu só perdeu uma com mais de 45 mil no Maracanã
Com lotação esgotada no Maracanã, outro fator que pesa a favor do Fluminense é o retrospecto com casa cheia. Neste século, o Tricolor tem um aproveitamento de 79,8% atuando como mandante para mais de 45 mil pessoas - excluindo clássicos, que no Rio de Janeiro, muitas vezes, acontecem com duas torcidas dividindo todo o estádio.
Mais de 52 mil pessoas assistiram a vitória do Fluminense contra o The Strongest por 1 a 0, no Maracanã, pela segunda rodada da Libertadores, em 18 de maio (Foto: MARINA GARCIA/FLUMINENSE FC)
Desde 2001, o estádio passou por obras de modernização que reduziram sua capacidade. Alguns recordes do século, bem como os mais antigos, se tornaram insuperáveis. Ainda assim, em campo, o Flu mantém boa média. Em 28 jogos com mais de 45 mil pessoas no antigo Maior do Mundo, o clube das Laranjeiras perdeu apenas um, para o Vitória, em 2014, que se soma a mais 20 vitórias e sete empates.
Deste jogo até aqui, foram dez jogos, com oito vitórias e dois empates. É importante lembrar que durante praticamente todas as temporadas de 2020 e 2021, os públicos estavam reduzidos no país por conta da pandemia de coronavírus.
Os maiores públicos do Fluminense desde 2001 (acima de 45 mil pessoas):