O estudo que apontou a redução de custos e aumento da dívida do Cruzeiro revelou também um cenário de fragilidade nos investimentos em categorias de base da Raposa.
Neste quesito, ponto crítico que divide os cruzeirenses, os dados são dos últimos cinco anos, e mostram o clube em décimo entre os 20 membros da Série A.
Das equipes mais tradicionais, porém, o clube está entre os três piores: somente Corinthians e Botafogo investiram menos.
O quadro é pior quando observados os últimos anos, em que o Cruzeiro viveu sua pior crise – financeira e esportiva – e esteve na Série B: foram R$ 9 milhões investidos na base em 2020, e zero em 2021 e 2022.
Por outro lado, aumentaram os gastos com formação de elenco (R$ 12 milhões em 2021 e R$ 31 milhões em 2022) e estrutura (zero em 2021 e R$ 5 milhões em 2022).
Cruzeiro tem 2º pior retorno sobre investimentos
O relatório também informa o retorno financeiro sobre os investimentos, cálculo que considera o investimento na base e as negociações de atletas.
Neste caso, o retorno sobre investimentos do Cruzeiro é de R$ 1,2 para cada R$ 1, o segundo pior dos 18 clubes avaliados na Série A, à frente apenas do América. Cuiabá e Bragantino não entraram na conta.
Para se ter uma ideia, o retorno do Atlético é próximo do triplo do valor da Raposa: de R$ 3,1 para cada R$ 1 investido.
Embora seja uma atividade de risco, há uma relação direta entre investir na base e obter bons retornos financeiros, segundo os responsáveis pelo relatório.
– A realidade é clara: mais investimentos significa mais receitas nas negociações - escrevem os pesquisadores, que fazem uma ressalva sobre os riscos e a qualidade destas aplicações:
– Quanto melhor for o investimento, maior a chance de retorno em todos os aspectos, essencialmente o humano.
Clubes que mais investiram na base
O clube que mais investiu nas categorias de base nos últimos cinco anos foi o Flamengo, com o triplo das aplicações do Cruzeiro: R$ 184 milhões.
Logo atrás estiveram Grêmio (R$ 142 milhões), São Paulo (R$ 128 milhões), Palmeiras (R$ 127 milhões) e Internacional (R$ 94 milhões), completando os cinco primeiros.