A Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro anunciou seu primeiro balanço financeiro nesta quinta-feira (18), com prejuízo de R$ 24,6 milhões. No entanto, um detalhe importante ficou perdido nas linhas finas do documento.
De acordo com o balanço, o Cruzeiro Associação havia estimado que a SAF precisará prover cerca de R$ 512 milhões ao longo de 18 anos no plano de recuperação jurídica.
O que chama a atenção é que SAF e Associação listam que com correção monetária e juros, o valor que a sociedade poderá ter que prover R$ 682 milhões até que o plano seja completado.
A SAF também deixa claro que até a publicação do documento, não havia sido marcada uma assembleia entre os credores da associação para que o plano de recuperação judicial seja votado.
Dívida do Cruzeiro
Créditos trabalhistas: R$ 216.283.243,87
Garantia real: R$ 43.199.000,00
Créditos quirografários: R$ 209.558.336,79
ME e EPP: R$ 28.829.511,09
Créditos quirografários (dólar): US$ 2.560.000,00 (R$ 14,2 milhões)
Créditos quirografários (euro): 60,5 mil euros (R$ 336 mil)
O resumo do balanço
Segundo os documentos, a SAF teve receita bruta de R$ 150,3 milhões (R$ 146,1 milhões depois de deduzidos impostos e contribuições) em 2022 e prejuízo de R$ 24,6 milhões.
A campanha da conquista da Série B do Campeonato Brasileiro assegurou boa receita com bilheteria e outras receitas, alcançando R$ 31,9 milhões.
Outra fonte de arrecadação demonstrada no balanço, o programa de sócio-torcedor cruzeirense, rendeu R$ 30,3 milhões.
No quesito despesas, ficou registrado o gasto de R$ 108 milhões com o departamento de futebol – R$ 57,4 milhões de salários, direitos de imagem, encargos e benefícios.
Ainda aparecem no balanço R$ 37,3 milhões de despesas gerais, sendo R$ 26,8 milhões com salários, encargos e benefícios.
Prejuízo
O pagamentos de dívidas que causaram transfer ban da Fifa levaram uma fatia do dinheiro arrecadado na temporada passada. Os débitos foram contraídos nas gestões dos ex-presidentes Gilvan de Pinho Tavares e Wagner Pires de Sá.
Desde que a SAF assumiu a gestão, foram feitos acordos com Tigres e Mazatlán, do México; Defensor, do Uruguai; e Independiente del Valle, do Equador – referentes às aquisições de Rafael Sobis (2016), Riascos (2015), Arrascaeta (2015) e Kunty Caicedo (2017) – quitando aproximadamente R$ 26 milhões em dívidas.