Dívida da associação civil do Cruzeiro é de mais de R$ 1 bilhão (Foto: Staff Images/Cruzeiro)
O Conselho Deliberativo do Cruzeiro aprovou, com ressalvas, as contas do exercício de 2022, com dívida de R$ 1,052 bilhão e déficit de R$ 65,4 milhões. A assembleia no parque esportivo do Barro Preto, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, teve 109 conselheiros, que contabilizaram um apertado placar de 69 votos favoráveis e 40 contrários.
Uma das principais críticas dos conselheiros é a não apresentação do efetivo balanço, e sim de um balancete consolidado de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2022.
Os participantes da reunião também pediram esclarecimentos sobre as transferências das Tocas I e II para a Sociedade Anônima do Futebol e da aplicação dos repasses mensais de 20% das receitas do grupo de Ronaldo Fenômeno.
Os participantes da reunião também pediram esclarecimentos sobre as transferências das Tocas I e II para a Sociedade Anônima do Futebol e da aplicação dos repasses mensais de 20% das receitas do grupo de Ronaldo Fenômeno.
Apesar de alegarem falta de informações do balanço, os conselheiros que se posicionaram favoravelmente justificaram o voto ao receio de o Cruzeiro ter sua recuperação judicial prejudicada.
A associação civil apresentou um plano de pagamento de parte de sua dívida - acima de R$ 500 milhões - em prazo de 18 anos. A SAF de Ronaldo espera que a proposta seja aceita em maio.
Em 2021, a dívida contabilizada pelo Cruzeiro era de R$ 970 milhões. Ou seja, houve aumento de mais de 8% em comparação ao ano passado, mesmo com a expectativa de a SAF gerar receita para a associação.
No mais recente plano de recuperação enviado à Justiça de Minas Gerais, o Cruzeiro projetou a transferência de R$ 90 milhões da gestão de Ronaldo para o abatimento de dívidas em 2023. A informação foi publicada inicialmente pelo ge.globo.
Em 2024, o aporte de Ronaldo seria de R$ 29,4 milhões. No ano seguinte, de R$ 58,4 milhões. Até 2033, os valores somados chegariam a R$ 394 milhões. Em 18 anos (2041), alcançariam R$ 682 milhões.
A associação civil apresentou um plano de pagamento de parte de sua dívida - acima de R$ 500 milhões - em prazo de 18 anos. A SAF de Ronaldo espera que a proposta seja aceita em maio.
Passivo do Cruzeiro
Em 2021, a dívida contabilizada pelo Cruzeiro era de R$ 970 milhões. Ou seja, houve aumento de mais de 8% em comparação ao ano passado, mesmo com a expectativa de a SAF gerar receita para a associação.
No discurso aos conselheiros, o presidente Sérgio Santos Rodrigues garantiu que o dinheiro transferido pela SAF será exclusivamente para amortizar dívidas trabalhistas e cíveis, sem sequer passar pelos cofres da associação.
Evolução da dívida de 2017 a 2022
- 2022: R$ 1,052 bilhão
- 2021: R$ 970 milhões
- 2020: R$ 898 milhões
- 2019: R$ 804 milhões
- 2018: R$ 533 milhões
- 2017: R$ 371 milhões
Recuperação judicial
No mais recente plano de recuperação enviado à Justiça de Minas Gerais, o Cruzeiro projetou a transferência de R$ 90 milhões da gestão de Ronaldo para o abatimento de dívidas em 2023. A informação foi publicada inicialmente pelo ge.globo.
Em 2024, o aporte de Ronaldo seria de R$ 29,4 milhões. No ano seguinte, de R$ 58,4 milhões. Até 2033, os valores somados chegariam a R$ 394 milhões. Em 18 anos (2041), alcançariam R$ 682 milhões.
Acordo de Ronaldo com o Cruzeiro
Em abril de 2022, Ronaldo assinou a compra de 90% das ações da SAF do Cruzeiro por R$ 400 milhões - R$ 50 milhões de aporte inicial e R$ 350 milhões por capital próprio e/ou receitas incrementais baseadas na média apurada com o futebol de 2017 a 2021 (R$ 220 milhões).
O Fenômeno ainda assumiu o passivo tributário da instituição, de R$ 180 milhões e com parcelas superiores a R$ 1 milhão até 2032, tendo como contrapartida as propriedades das Tocas da Raposa I e II.
A lei da SAF determina a destinação de 20% das receitas do clube-empresa para o abatimento de dívidas da associação civil em um prazo de seis anos, prorrogáveis por mais quatro em caso de liquidação de 60% do débito original.
O Fenômeno ainda assumiu o passivo tributário da instituição, de R$ 180 milhões e com parcelas superiores a R$ 1 milhão até 2032, tendo como contrapartida as propriedades das Tocas da Raposa I e II.
A lei da SAF determina a destinação de 20% das receitas do clube-empresa para o abatimento de dívidas da associação civil em um prazo de seis anos, prorrogáveis por mais quatro em caso de liquidação de 60% do débito original.