Punido pelos incidentes no clássico diante do Atlético, no estádio Independência, pela 5ª rodada do Campeonato Mineiro, o Cruzeiro terá o recurso contra as perdas de mando de campo julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-MG) na próxima terça-feira (28/3). No último dia 13 de março, a Raposa teve pedido de efeito suspensivo negado pelo órgão regulador.
Existe a possibilidade de que o Cruzeiro receba uma punição ainda maior. Isso porque a Procuradoria também recorreu da decisão em primeira instância, e a pena pode chegar a até dez partidas - todas pelo Campeonato Mineiro (no caso, seriam pagas na edição de 2024).
A Raposa foi penalizada com a perda de dois mandos de campo, além de R$ 20 mil de multa. De acordo com o regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em caso de perda de mandos de campo, o novo local da partida deverá ser distante, no mínimo, 100 quilômetros do município de origem. Por sua vez, a norma da Federação Mineira de Futebol (FMF) obriga uma distância mínima de apenas 50 quilômetros.
Incidentes no clássico
Cruzeiro e Atlético se enfrentaram em 13 de fevereiro, no Independência, em Belo Horizonte, e empataram por 1 a 1 pela 5ª rodada do Campeonato Mineiro de 2023. O jogo ficou marcado por diversos incidentes, os quais foram detalhados pelo árbitro Paulo César Zanovelli (Fifa) na súmula do jogo, relato que acarretou o julgamento desta noite.
O clássico foi paralisado sete vezes por arremessos de copos plásticos, bombas, tênis e isqueiros no gramado. O juiz ainda detalhou que boa parte dos atos foram realizados pela torcida celeste. Em outros momentos, não foi possível identificar quem jogou objetos em campo.
A Polícia Militar (PMMG) conseguiu deter alguns torcedores envolvidos nas irregularidades, de acordo com relato na súmula. Quatro boletins de ocorrências foram feitos. Apesar destes incidentes, não houve feridos.
De acordo com o observado pela reportagem do Superesportes durante o início da partida, a maioria dos copos foi jogada pela torcida cruzeirense, mas os atleticanos também arremessaram objetos no espaço reservado aos mandantes.
A área com mais foco dos torcedores do Cruzeiro foi o banco de reservas do Atlético. Os suplentes chegaram a ser atingidos, assim como o técnico argentino Eduardo Coudet, que chegou a ajudar na retirada dos itens por parte do quarto árbitro.
Já no segundo tempo, duas bombas foram arremessadas ao gramado e estouraram em meio à partida. Primeiro, uma próxima ao goleiro Rafael Cabral e à marca do pênalti foi jogada, aos 17 minutos.
Depois, aos 37', após o gol de empate do atacante Hulk, uma bomba caiu em frente ao banco de reservas do Cruzeiro e atrás do técnico uruguaio Paulo Pezzolano, hoje ex-Raposa. Apesar da explosão, o treinador não se assustou, enquanto gandula e outras pessoas presentes mostraram preocupação.