Raul Plassmann trabalhou no marketing do Cruzeiro (Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press - 16/10/2016 )

Ídolo do Cruzeiro, o ex-goleiro Raul Plassmann, que trabalhou por muitos anos no departamento de marketing do clube, desabafou nas redes sociais sobre o processo envolvendo a recuperação judicial da associação celeste. Com a transformação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), as dívidas da Raposa com credores e ex-funcionários serão quitadas com acordo na Justiça. 




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A proposta feita pelo plano de recuperação judicial do Cruzeiro não agradou. Em linhas gerais, aqueles que têm dinheiro a receber alegam que o clube quer dar calote de 75% do valor total. A Justiça suspendeu assembleia que seria realizada com credores, em dezembro do ano passado. Ainda não há data para novo encontro.  

"Criaram a SAF, que, para mim, oficializou o calote e enterrou o credor. "Ah, não... É porque está recuperando a empresa e o clube para depois pagar". É? Mas primeiro pagou a FIFA, a CBF, deve ter pago a comissão, os advogados, ou ainda está pagando. Só quem não recebeu foi o número de 500 e tantos credores, ex-jogadores, até empresários, funcionários do clube, do mais humilde ao maior. Mas não interessa. Tá devendo? Paga", disparou Raul Plassmann.

"Se você quer comprar um clube, ele está custando o que deve, então você tem que ter o dinheiro, chega e paga. Aí paga tudo e fica legal. Na Europa, o cara que quer comprar o Manchester ou o Liverpool precisa de dinheiro. Aqui, você compra sem dinheiro, porque fizeram em Brasília a SAF, que foi aprovada rapidinho. Quando o calote bater na porta de alguém é que ele vai entender o que é, vai entender o que eu estou sentindo, o que vários estão sentindo", acrescentou.

Raul Plassmann tem R$297 mil a receber do Cruzeiro, em acordo homologado pela juíza Flávia Cristina Rossi Dutra, no dia 16 de março de 2021. O valor será corrigido na data do pagamento.



Como jogador, Raul conquistou 12 títulos pelo Cruzeiro entre 1965 e 1978: dez estaduais (1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977), uma Taça Brasil (1966) e uma Copa Libertadores (1976). Hoje, o goleiro é o quinto atleta que mais defendeu o clube, com 557 partidas.