Rodriguinho vestiu as cores do Cruzeiro em 22 jogos, marcou oito gols e deu duas assistências (Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

O Cruzeiro tem um importante compromisso financeiro para solucionar nesta semana. Assim como revelou Ronaldo Nazário durante a Copa do Mundo do Catar, em novembro do ano passado, o clube celeste precisa pagar US$ 6 milhões (R$ 31,8 milhões) ao Pyramids, do Egito, até esta quinta-feira (23), pela contratação do meia Rodriguinho, em 2019. 




Desde que assumiu o comando da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste, o Fenômeno tenta encontrar uma solução para equalizar o débito com o clube egípcio e evitar novas punições da Fifa. 

Durante o Mundial no Catar, Ronaldo revelou ao jornalista Jaeci Carvalho, colunista do Estado de Minas e do Superesportes, que se encontrou pessoalmente com Salem Saeed Al Shamsi, presidente do Pyramids. Dentre os assuntos abordados, os mandatários tentaram viabilizar uma solução mais fácil para quitar a dívida. 

"A gente tem uma dívida com o Pyramids, do Egito, de US$ 6 milhões que a gestão, não sei qual foi que fez, não pagou. Compraram o Rodriguinho e não pagaram, deixaram essa herança aí para mim. A gente está negociando com ele (presidente do Pyramids) para não chegar um transfer ban", disse à época. 




Na operação para ter Rodriguinho, em janeiro de 2019, o Cruzeiro precisava desembolsar US$ 7 milhões (R$ 26 milhões na época) ao longo de três anos. Porém, a gestão do ex-presidente Wagner Pires de Sá pagou apenas uma espécie de entrada. Depositou R$ 3,85 milhões no dia 25 daquele mês. E foi só. 
 
As demais parcelas deveriam ter sido quitadas em novembro de 2019 (US$ 500 mil), fevereiro de 2020 (US$ 500 mil) e maio de 2020 (US$ 1 milhão). A Raposa ainda precisaria pagar uma parte em agosto de 2020 (US$ 500 mil), outra em novembro de 2020 (US$ 500 mil) e a última em janeiro de 2022 (US$ 3 milhões), quando o contrato de Rodriguinho já teria se encerrado.
 

Dívida por Rodriguinho 

 
À época, o Superesportes obteve acesso a documentos que apontavam que o Cruzeiro se comprometeu pagar, ao longo de 36 meses de contrato, um montante de R$ 53 milhões. 



 
O valor total - não necessariamente gasto pelo Cruzeiro, uma vez que Rodriguinho rompeu o vínculo e seguiu para o Bahia - inclui aquisição de direitos econômicos (cerca de R$ 26,3 milhões), remuneração do jogador ao longo dos 36 meses (cerca de R$ 14 milhões), direito de imagem (R$ 9,3 milhões), além de comissões de intermediários (R$ 3,4 milhões).
 
O montante poderia ser ainda maior se o Cruzeiro conquistasse, em 2019, 2020 ou 2021, o Campeonato Brasileiro, a  Libertadores ou o Mundial de Clubes - ou mesmo se Rodriguinho atuasse em 70% dos jogos nessas competições, o que não foi o caso. O contrato previa bônus de mais R$ 650 mil caso o jogador alcançasse alguma dessas 'metas'.

A reclamação do Pyramids


Em 24 de abril de 2020, o Pyramids acionou a Fifa, exigindo o pagamento de 3 milhões de dólares, referente às parcelas dois a seis, pedindo ainda mais 5% de juros. Além disso, no pedido estava a aplicação de 10% de multa em cada parcela atrasada mais 6% ao ano de juros de mora.




Em 8 de dezembro do mesmo ano, a entidade máxima do futebol aceitou os pedidos do clube egípcio e incluiu a solicitação de multa de 300 mil dólares. 

Um mês depois, o ex-time de Rodriguinho notificou o Cruzeiro quanto à última parcela da venda, junto do pagamento de 300 mil dólares. Foi concedido um prazo de 10 dias para o pagamento, o que não foi cumprido. Segundo a ação, em 31 de janeiro, o Pyramids notificou a Fifa sobre a inadimplência.