Goleiro Cássio foi um dos destaques do América na Copinha (Foto: Tereza Horta/América)

Eliminado nas oitavas de final, o Cruzeiro viu dois ex-jogadores do clube rivalizarem na grande decisão da Copinha. O atacante Estêvão, campeão pelo Palmeiras, e o goleiro Cássio, vice com o América, passaram pela Toca da Raposa. Mas como a Raposa os perdeu?

O caso menos conhecido é o de Cássio, fundamental na campanha americana na Copa São Paulo de Futebol Júnior. Ele defendeu o Cruzeiro ao longo de um ano e meio, entre 2018 e 2019.



Chegou à Toca por intermédio de um empresário designado pela então diretoria do Cruzeiro, após se destacar no Campeonato Paulista pelo Audax.

O início da trajetória foi positivo. Pelo sub-16, conquistou a Salvador Cup em 2018, com direito a defesa de pênalti na final contra o Athletico-PR. Foi eleito o melhor da posição na competição.

No ano seguinte, uma lesão no ombro o afastou por um período. Recuperado do problema físico, não retomou a posição de titular.

A situação gerou um desentendimento entre o Cruzeiro e o empresário que o levou ao clube. Sem jogar, Cássio foi dispensado.

Buscou, então, um novo clube. Chegou ao Grêmio, que identificou que os processos de recuperação do ombro nos tempos de Cruzeiro não foram os ideais.



Cássio partiu para o Bahia, clube que efetivamente topou incorporá-lo às categorias de base. Pouco jogou no clube tricolor até que se acertou com o América em 2021.

Há três temporadas no Coelho, chamou a atenção ao se destacar nesta edição da Copinha, já aos 20 anos. Tem contrato com o clube só até 31 de janeiro e negocia a possibilidade da permanência.

Na Copinha, teve atuação salvadora na vitória por 3 a 0 na semifinal contra o Santos. Foi ainda o destaque de uma das melhores defesas da competição, que sofreu apenas quatro gols em nove jogos (média de 0,44 por partida).




Estêvão


Atacante Estêvão é considerada a maior promessa da base do Palmeiras depois de Endrick (Foto: Fabio Menotti/Palmeiras)

A situação de Estêvão é bastante conhecida. Natural de Franca, no interior de São Paulo, o garoto chegou cedo ao Cruzeiro, em 2017, quando fez 10 anos.

Iniciou a trajetória na escolinha de esportes do clube para, em seguida, passar a jogar no campo. Foi quando recebeu o apelido de "Messinho".

Em 2019, teve o nome envolvido em um escândalo da diretoria cruzeirense revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo. Em negociação assinada pelo ex-vice de futebol celeste Itair Machado, Estêvão teria parte dos direitos econômicos cedidos a um empresário como forma de pagar uma dívida do clube.

A prática de negociar direitos econômicos de uma criança - Estêvão tinha 12 anos quando a denúncia foi revelada - é vetada pela Fifa e pelo Estatuto da Criança do Adolescente. À época, pela lei, o garoto sequer tinha direitos econômicos para serem cedidos.



Em meio à polêmica, Estêvão continuou no Cruzeiro até completar 14 anos - idade em que se pode assinar o primeiro contrato (não profissional). O clube tentou mantê-lo, mas o atacante e a família decidiram deixar a Toca.

Estêvão, então, aceitou a proposta do Palmeiras. Aos 15, é tratado como a principal promessa do clube depois do centroavante Endrick, de 16, titular do time de cima.

Nesta Copinha, mais jovem que os companheiros, alternou entre a titularidade e a reserva. Fez um gol, na vitória palmeirense por 6 a 0 diante do Sampaio Corrêa na segunda fase. Iniciou entre os 11 na decisão diante do América, vencida por 2 a 1.



O ex-cruzeirense já acertou com a diretoria do Palmeiras os termos do primeiro contrato profissional, que legalmente poderá ser assinado a partir do 16º aniversário.

Enquanto a data não chega, o garoto continua na base e é alvo constante de sondagens e propostas do futebol europeu - entre elas uma do PSG, já rejeitada pelo clube alviverde.