Lateral-esquerdo do Atlético, Dodô comentou a sua passagem pelo Cruzeiro, em 2019. O atleta de 30 anos disse que seu início foi positivo na Toca da Raposa II, mas depois os problemas começaram.

Dodô lembrou que os jogadores faziam vaquinha para colaborar com os funcionários do clube, que ficaram vários meses sem receber.

"Os primeiros seis meses foram maravilhosos e depois foi um caos, foi bem difícil, o dia a dia era difícil. O pessoal fala que os jogadores não estão recebendo, mas os jogadores têm dinheiro. Obviamente tem gente que fica meses sem receber e não faz falta, mas tem os jogadores mais novos, que não têm essa condição, e os funcionários também", disse o jogador, em entrevista ao programa 'Flow Sport Club'. 

"A gente vivia fazendo vaquinha, arrecadando dinheiro para ajudar os funcionários, a galera da cozinha, da segurança, da rouparia, era gente que contava com o dinheiro,  mas não estava recebendo há cinco meses. Foi realmente bem complicado", disse o lateral.

O contrato de Dodô, feito na gestão de Wagner Pires de Sá, Itair Machado e Sérgio Nonato, previa pagamento mensal de R$ 917,2 mil brutos ao jogador de março a novembro de 2020.

Do valor total, R$ 330 mil eram de salários e R$ 587,2 mil a título de luvas. Considerando 13º e um terço de férias em 2020, o valor atingiria R$ 1,35 milhão em dezembro. De janeiro de 2021 a dezembro de 2023, o atleta contaria exclusivamente com os vencimentos por mês.

O ordenado do lateral-esquerdo era dividido em R$ 297 mil de salário-base e R$ 33 mil de acréscimo remuneratório.

Os R$ 8,8 milhões de luvas seriam parcelados em 18 vezes: a primeira, de R$ 366 mil, em fevereiro de 2019; da segunda à oitava, também de R$ 366 mil, de agosto de 2019 a fevereiro de 2020; e as dez restantes, de R$ 587,2 mil cada, de março a dezembro de 2020.

Contando luvas, salários e direitos econômicos, o Cruzeiro teria um gasto médio anual de R$ 6,65 milhões com Dodô, totalizando aproximadamente R$ 33,25 milhões em cinco anos de contrato.

Em acordo na Justiça, o clube celeste vai pagar R$ 15 milhões ao atleta, sendo R$ 14.750.000,00 de indenização por rescisão contratual e R$ 250 mil de FGTS. O contrato do jogador (salários e luvas) estava avaliado em R$ 33,25 milhões.

Na entrevista de apresentação de Dodô, em 24 de janeiro de 2019, Itair Machado explicou os moldes da transação. Segundo ele, o Cruzeiro pagou 200 mil euros à Sampdoria e concordou com a obrigação de compra de 90% dos direitos econômicos por 300 mil euros se o time alcançasse 15 pontos no Campeonato Brasileiro ou o atleta participasse de três jogos. Mesmo rebaixada à Série B, a Raposa contabilizou 36 pontos, enquanto o lateral-esquerdo atuou em 18 partidas na Série A.

Contratado sob alta expectativa após boa temporada pelo Santos em 2018, Dodô frustrou a torcida do Cruzeiro. Na maior parte de 2019, sem conseguir regularidade, amargou a reserva de Egídio, mesmo com o titular sofrendo com muitas críticas. O ponto positivo nos 28 jogos do lateral-esquerdo foi um belo gol de fora da área, marcado na vitória por 4 a 0 sobre o Huracán, da Argentina, na fase de grupos da Copa Libertadores.