Marquinhos Gabriel disputou 56 jogos com a camisa do Cruzeiro (Foto: Divulgação/Cruzeiro )



A pequena cidade de Selbach, no interior do Rio Grande Do Sul, ganhou uma pequena contribuição para jovens que nutrem o sonho de jogar futebol profissionalmente. Natural do município, que possui cerca de 5 mil habitantes apenas, o atacante Marquinhos Gabriel -atualmente no Goiás- iniciou um projeto de centro de formação para que jovens possam ter acesso à metodologia adequada da modalidade, que não recebe muito investimento na região.




Aos 32 anos, Marquinhos Gabriel já pensa em uma transição de carreira no futuro, já que não se vê longe do futebol quando pendurar as chuteiras. Com esse pensamento e pelo fato de entender bem as necessidades da região, o projeto passou a ser executado no início deste ano e busca jovens talentos não só da cidade, mas também dos municípios ao redor, considerados periféricos.

"Há uma trajetória a cumprir ainda como atleta, mas é claro que a transição deve ser pensada com antecedência e planejamento. Uma das minhas ideias passou a ganhar força no ano passado, quando a partir de conversas com pessoas próximas, fui amadurecendo a de trabalhar com projeção de jovens. A transição vai ser feita com naturalidade. Antes, tenho objetivos a cumprir como jogador, muitas coisas que desejo alcançar na minha carreira", disse Marquinhos.

Atualmente, 24 jovens entre 13 e 17 anos são atendidos de forma gratuita. Uma particularidade dos garotos da cidade é de se dedicarem ao futsal pelo fato de o gasto ser menor e haver mais opções. Com isso, Marquinhos Gabriel passou a investir no centro, sem cobrança de mensalidade aos alunos, para tentar minimizar tal dificuldade de acesso ao futebol do campo, como aconteceu com ele na juventude.




"Quando jovem, sempre joguei futsal na minha cidade e pela região. Passei relativamente tarde ao campo, e acredito que essa tenha sido uma das minhas dificuldades. Não tive uma formação adequada para a modalidade, visto que não existiam muitas escolinhas para o campo", completou.

Neste primeiro ano, cinco meninos que se destacaram tiveram a oportunidade de jogar o Campeonato Gaúcho sub-17, federados pelo Esporte Clube Passo Fundo. Há uma expectativa de que o projeto chegue a 50 jovens no próximo ano e de que parcerias possam ajudar também na saúde dos jovens.

"Acredito que o diferencial do projeto hoje é oferecer uma didática de dia a dia totalmente voltada para a modalidade do futebol de campo. Temos dois profissionais que desenvolvem este trabalho, Há uma gama completa de ferramentas para que esses profissionais consigam elaborar e formular as atividades de maneiras criativas e variadas, proporcionando um amplo desenvolvimento dos meninos", finalizou.

LOHANNA LIMA - FOLHAPRESS