A derrota do Cruzeiro por 1 a 0 para o Guarani nessa terça-feira (18/10) ficou marcada por quatro expulsões no Mineirão. Árbitro da partida válida pela 36ª rodada da Série B, Wagner do Nascimento Magalhães explicou, na súmula, a aplicação dos cartões vermelhos, relatou uma ameaça de um diretor do clube celeste e arremessos de copos em direção ao gramado. 

 

De acordo com o dono do apito, Enrico Ambrogini, diretor de operações da Raposa, se dirigiu  à equipe de arbitragem em tom intimidador após o fim do primeiro tempo, quando os donos da casa já contavam com dois a menos. 

 

"Informo que, ao término do primeiro tempo, quando a equipe de arbitragem se dirigia ao seu vestiário, na saída do campo fomos interceptados pelo senhor Enrico Ambrogini, funcionário do Cruzeiro, nos dizendo as seguintes palavras: 'se acontecer algo de ruim aqui a culpa é de vocês, vocês são os responsáveis', afirmou Wagner. 

 

O Superesportes procurou a assessoria de comunicação do Cruzeiro, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria. Esta reportagem será atualizada caso isso ocorra. 

 

 

O Cruzeiro perdeu o controle do jogo aos 33 minutos do primeiro tempo, quando Daniel Júnior foi expulso. Conforme relatado na súmula, o meia recebeu o cartão vermelho por xingar o árbitro. "O mesmo vindo em minha direção gesticulando e dizendo as seguintes palavras 'foi falta filho da p***'. Me senti ofendido em minha moral e honra", escreveu Wagner.

 

A situação da equipe celeste ficou ainda mais dramática três minutos depois. Filipe Machado, que já havia recebido um cartão amarelo por contestar a decisão do árbitro no lance de Daniel Júnior, foi expulso "após receber uma segunda advertência na partida por calçar um adversário na disputa de bola, impedindo um ataque promissor". 

 

Com dois a mais, o Guarani abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, com Isaque. Na comemoração do gol, os jogadores do Bugre festejaram o tento anotado próximo ao banco de reservas do Cruzeiro. Os atletas celestes ficaram revoltados, partiram para cima dos adversários, e Edu, que já havia sido substituído, foi expulso. 



"Expulsei de forma direta por, na comemoração do gol da equipe adversária, o mesmo sair do seu banco de suplentes e ir na direção dos atletas adversários, que estavam comemorando o gol, e agarrando a camisa de forma agressiva de seu adversário Giovanni Augusto, dando início a um princípio de confusão", explicou o árbitro.

 

Além dos três jogadores, o preparador físico do Cruzeiro, Gonzalo Menoni, foi expulso da partida "por reclamar contra a decisão da arbitragem de forma acintosa, chutando o microfone da transmissão da partida de forma agressiva". 

 

 

Wagner do Nascimento ainda relatou os arremessos de quatro copos plásticos com líquidos em direção ao gramado. Segundo o árbitro, todos foram jogados pela torcida do Cruzeiro. 

 

"O primeiro e segundo copos arremessados no local onde se encontravam os integrantes da CBF, aos 36 minutos do primeiro tempo em ato contínuo a expulsão do atleta nº 23 do Cruzeiro (Filipe Machado)", escreveu. 

 

"O terceiro copo sendo arremessado a frente do banco de suplentes da equipe mandante, aos 11 minutos do segundo tempo, em ato contínuo a comemoração do gol da equipe visitante. O quarto copo foi após o término da partida, em direção a equipe de arbitragem, que se dirigia ao seu vestiário", completou.

 

De acordo com a súmula, este quarto copo foi recolhido por um funcionário do clube celeste e jogado no fosso que separa a arquibancada do campo de jogo. Após a partida, o diretor jurídico da Raposa, Marcos Silva Melo, afirmou ao árbitro que todos os fatos foram relatados foram registrados em boletins de ocorrência.

 

Com o resultado, o já campeão Cruzeiro permaneceu com 72 pontos na tabela. Agora, o técnico Paulo Pezzolano terá nove dias para preparar a equipe para o penúltimo compromisso da temporada. O time voltará a campo no dia 27 (quinta-feira), às 19h, para medir forças com o Novorizontino, no Jorjão, em Novo Horizonte.