Lincoln, do Cruzeiro, se envolveu em confusão em condomínio de Serra-ES, em dezembro do ano passado (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)


Lincoln rebateu uma publicação do Jornal Novo Tempo, do Espírito Santo, nessa terça-feira (13/9). De acordo com a matéria, o jogador do Cruzeiro estaria sendo acusado de ameaçar moradores de um condomínio. O atacante, no entanto, alega que sofreu racismo.




A festa ocorreu em Serra-ES, no dia 27 de dezembro de 2021, em uma despedida do atacante após ser vendido pelo Flamengo ao Vissel Kobe, do Japão. Segundo o jornal, Lincoln estaria enfrentando um processo judicial movido por moradores do condomínio em que o evento foi realizado.

A reportagem cita também os nomes dos pais do jogador e diz que o denunciante acusa a família de 'crimes contra a liberdade pessoal e ameaça'. O atacante teria sido intimado a comparecer em uma audiência nessa terça-feira.

No evento, os moradores do condomínio teriam reclamado do som alto da festa, mas sem resposta de Lincoln acionaram a polícia, que compareceu e utilizou até gás de pimenta para conter os ânimos.



Por fim, o Jornal afirma que já teria conversado com a mãe do atleta e coloca o posicionamento do advogado da família.

Após a divulgação da reportagem, Lincoln, por meio de sua assessoria de imprensa, a C2 Sports, publicou uma nota nas redes sociais criticando o jornal e afirmando que sofreu racismo pelos moradores. Veja, ao fim da matéria, a nota na íntegra. 

Lincoln foi anunciado pelo Cruzeiro no dia 11 de agosto, após passagem pelo Vissel Kobe. O atacante de 21 anos marcou um gol e deu uma assistência em quatro jogos pela Raposa. 

Nota oficial de Lincoln:


A C2 Sports vem a público repudiar veementemente a matéria do Jornal Tempo Novo, do Espírito Santos, que promove inverdades e fake news direcionadas ao atleta Lincoln e a seus familiares. 

Após o anúncio da venda para o Vissel Kobe, do Japão, em dezembro de 2021, o jogador promoveu uma festa para comemorar com seus familiares no bairro/condomínio Boulevard Lagoa, no Espírito Santo. O advogado da família, Luciano Gabeira Brandão, explica:

A festa ultrapassou 12 minutos do horário das 22 horas no dia 27 de dezembro. E, por conta disso, o síndico Sizenando José Coutinho Braga chamou a polícia e promoveu uma série de ataques racistas e preconceituosos aos familiares de Lincoln. Esses xingamentos do diretor do condomínio foram o que inflamou e ocasionou um bate-boca entre os familiares, alguns moradores e o próprio síndico.




O Jornal cita que "Lincoln é acusado de ameaçar um dos moradores", mas não cita que o síndico chamou a polícia e promoveu uma série de palavras racistas contra Lincoln e seus familiares, dizendo que são 'pretos', 'favelados', e que deviam estar no 'chiqueiro por não saberem se comportar'.

Da mesma maneira, a família de Lincoln confeccionou B.O contra o síndico por injúria racial, ameaça, difamação e injúria. O Jornal em nenhum momento citou que existe um B.O em andamento de Lincoln e seus familiares pelo crime de racismo, que é considerado gravíssimo na Constituição Brasileira. E pela Lei de Racismo, torna o crime inafiançável e imprescritível.

O Portal também no início da matéria e sem motivo, cita que Lincoln é natural de Feu Rosa, um bairro considerado humilde do Espírito Santo, dando a entender que quem nasce no bairro, não tem o comportamento ideal para morar em um condomínio de luxo.




O Portal se preocupa em citar os nomes completos de Lincoln, do pai e da mãe, mas dos demais envolvidos não fez questão nenhuma. Qual seria o critério para esta decisão? Fazer o papel da Justiça?

O Jornal ainda direciona a palavra 'acusado' a Lincoln sem ao menos apurar devidamente, o que é um preceito básico do jornalismo. Trata-se de um termo circunstanciado e não de um processo judicial criminal, ao contrário do que o jornal quer fazer crer. Irresponsavelmente também, o Jornal Tempo Novo em nenhum momento procurou a assessoria do atleta para a devida posição sobre o ocorrido.

Lincoln e seus familiares não foram investigados, ouvidos ou considerados culpados, pois se trata de um Termo Circunstanciado de Ocorrência. E além disso, nesta terça-feira (13/09), o promotor do caso fez uma proposta de acordo com os familiares para encerrar o procedimento antes de oferecer a denúncia. Lincoln e seus familiares concordaram em pagar dois salários mínimos cada para arquivar o caso. Curiosamente, o fato também é citado de maneira indevida com o intuito de promover sensacionalismo.

O boletim de ocorrência por injúria racial segue em trâmite e o síndico será investigado em inquérito policial. Além deste processo, Lincoln e seus familiares também vão registrar um B.O contra o Jornal Tempo Novo por promover inverdades, calúnia e difamação.