Técnico da Seleção Brasileira, Tite elogiou o trabalho do uruguaio Paulo Pezzolano no comando do Cruzeiro. 

Em entrevista exclusiva ao Superesportes e ao Estado de Minas, nesta quarta-feira (24), o treinador gaúcho chamou atenção para a organização do time celeste e para outra virtude pouco destacada: 'é uma equipe com alma', avaliou.

"Claro que tenho acompanhado o Cruzeiro, está sobrando, vi o 2 a 2 contra o Grêmio, um grande jogo. Esse jogo apoiado, com qualidade, com marcação alta. Às vezes as pessoas colocam que não gostam de usar o termo intensidade, porque ele está meio desgastado, toda hora repetido, como se intensidade fosse sinônimo de bom jogo", lembrou Tite. 

"Você pode ter intensidade e o jogo ser ruim para caramba. Porque intensidade é um atributo físico. Só velocidade não vai vencer. Mas tendo qualidade e estando associado a um jogo apoiado, sim. Ele tem essa característica e tem batido com vitórias. Ele tem vencido alguns jogos a partir da metade do segundo tempo, mostrando uma equipe determinada, de alma, com maior identificação", complementou.

De fato, o Cruzeiro de Pezzolano tem a luta como um de seus principais atributos. Nesta edição da Série B do Campeonato Brasileiro, o time celeste buscou pelo menos quatro resultados depois dos 35 minutos do segundo tempo - como nas vitórias sobre sobre Brusque, Criciúma, Novorizontino e Londrina.

Na tabela, os mineiros são líderes absolutos com 54 pontos - dez a mais que o vice-líder Bahia e 17 a mais que o Sport, 5º colocado, primeiro time fora do G4. O Cruzeiro é o melhor mandante, melhor visitante, tem o melhor ataque e a segunda melhor defesa da competição nacional.

De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG, a Raposa tem 99,98% de chance de conquistar o acesso à Série A e 92,4% de chance de ser campeão da Segunda Divisão.

Tite também foi questionado sobre o trabalho de observação da Série B enquanto técnico da Seleção Brasileira. Ele admitiu que, predominantemente, usa o tempo para analisar competições que apresentem nível técnico mais alto.

"Predominantemente, não. Predominantemente, estamos buscando aquele hall (superior). Agora, eu acompanho grandes profissionais, por quem eu torço", disse o treinador.  

Em outubro de 2021, Tite chegou a mencionar o nome do meia Chay - então no Botafogo, hoje no Cruzeiro -, em resposta a uma pergunta sobre a busca por um 'ritmista' para a Seleção Brasileira. O treinador pontuou, porém, a forte concorrência por um espaço nas convocações.

"Quando eu falei do Chay (em 2021), eu coloquei o jogador com a característica do meia centralizador que estava em bom desempenho. Naquele momento do Botafogo, o Chay estava com destaque dentro da equipe. Uma recuperação com o Enderson Moreira, que fez um grande trabalho e teve o Chay como um dos pilares. O acompanhamento, sim, mas também as concorrências", disse. 

"Me lembro que citei o Raphael Veiga no momento, assim como o Scarpa agora, está fazendo um grande campeonato. São jogadores parecidos. Everton Ribeiro, Neymar, Couto, Paquetá. A gente acompanha (a Série B), mas não na mesma frequência", complementou o treinador.