Pezzolano será ausência nas próximas três partidas do Cruzeiro (Foto: Staff Images/Cruzeiro)


O técnico Paulo Pezzolano foi julgado, nesta quarta-feira (24), pelas expulsões em jogos do Cruzeiro contra CSA, pela Série B do Campeonato Brasileiro, e Fluminense, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o comandante da Raposa em três partidas.



Dugout


Na derrota celeste por 3 a 0 para o Tricolor Carioca, no Mineirão, Pezzolano recebeu 'broncas' do árbitro Raphael Claus antes de ser expulso, aos 42 minutos. O cartão vermelho saiu após o uruguaio reclamar de forma acintosa de uma falta não marcada para o Cruzeiro, em lance em que a bola bateu no braço do zagueiro Manoel, do Tricolor.

"Informo que, após ser expulso, o mesmo invadiu o campo de jogo, partindo em minha direção dizendo as seguintes palavras: 'seus filhos da puta, vocês estão roubando, roubaram lá e estão roubando aqui também' (repetindo por várias vezes)", relatou o árbitro na súmula da partida.

"Esclareço que o treinador expulso teve que ser contido por seus atletas e pelo quarto árbitro da partida. Saliento que o mesmo já havia sido advertido verbalmente aos 36 minutos. Por fim, ao final da partida, o treinador expulso entrou no campo de jogo, vindo em nossa direção, pedindo desculpas pelo ocorrido", completou.




No entendimento do STJD, os atos do treinador uruguaio foram passíveis de um jogo de punição, a ser cumprido na Série B. Ele foi enquadrado no artigo 258 do CBJD, que diz: "Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste código".

Expulsão de Pezzolano contra o CSA


No empate por 1 a 1 entre CSA e Cruzeiro, no Rei Pelé, em Maceió-AL, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza relatou em súmula vários xingamentos de Paulo Pezzolano. Ele ainda disse ter sido ameaçado pelo uruguaio, que foi expulso no primeiro tempo da partida válida pela 19ª rodada da Série B. 



"Após receber um cartão amarelo por reclamar ostensivamente solicitando a intervenção do VAR, o mesmo (Pezzolano) me segurou pelo braço de forma desrespeitosa. Ato contínuo, apliquei o segundo cartão amarelo", escreveu Flávio Rodrigues.




"O treinador me segurou pelo colarinho da camisa dizendo as seguintes palavras: "Seu cagão, seu merda, filho da puta, vamos resolver depois do jogo". Informo ainda que durante todo este protesto o treinador precisou ser contido pelo seu auxiliar técnico", completou.

Pezzolano se revoltou com Flávio por uma falta de Edson em Rômulo, próxima ao banco de reservas do Cruzeiro. O treinador celeste cobrou que o árbitro conferisse o lance com a ajuda do árbitro de vídeo se o lance era para cartão vermelho. Isso, contudo, não aconteceu. O jogador do CSA recebeu um cartão amarelo.

O técnico compareceu ao julgamento online desta quarta-feira para prestar esclarecimentos e argumentou que não teve a intenção de ofender o árbitro. Além disso, pediu desculpas e se mostrou envergonhado pelas ações. 




"Na verdade, nunca quis ofender o árbitro. Não falei isso 100%, mas foi o que ele escreveu. Às vezes, o treinador por ser tão sanguíneo, acaba perdendo o controle, comete erros. Quero pedir desculpas, por fazer uma coisa que ofende o árbitro. Mas ofender? Sinceramente, não. Mas quero pedir desculpas por passar por isso. Me dá vergonha", afirmou.

Os argumentos, no entanto, não foram suficientes para livrá-lo da punição. Pezzolano levou dois jogos de suspensão pela expulsão contra o CSA, sendo que um deles já foi cumprido.

Ou seja, o Cruzeiro não terá o técnico na beira do gramado nas próximas três rodadas da Série B. No jogo com o Náutico, ele estará fora pela expulsão contra o Grêmio. As punições do STJD serão cumpridas contra Sampaio Corrêa e Criciúma. 




Denúncias ao Cruzeiro


Na súmula do jogo entre Cruzeiro e Fluminense, o árbitro Raphael Claus também relatou um tumulto nas arquibancadas do Gigante da Pampulha envolvendo torcedores dos dois times antes da bola rolar. Cruzeirenses e tricolores trocaram provocações desde a abertura dos portões do estádio. Pouco tempo depois, os insultos se transformaram em briga.

Além disso, Claus observou que o goleiro Fábio, ex-Cruzeiro, foi alvejado por um objeto na saída de campo. O autor do objeto não foi identificado em súmula. 

Julgado pelos incidentes nesta quarta-feira, o clube celeste foi absolvido pelo arremesso de objetos a Fábio. Cruzeiro e Fluminense foram condenados em R$ 10 mil cada um pela briga entre os torcedores.