O árbitro Marcelo de Lima Henrique (CE), responsável pela arbitragem do jogo entre Londrina e Cruzeiro, fez apenas um breve resumo da confusão envolvendo os jogadores da Raposa e a Polícia Militar do Paraná, ao fim da partida dessa terça-feira (9/8), no Estádio do Café, pela 23ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, ele não relatou na súmula a motivação do desentendimento.
Embora parte da confusão tenha sido registrada pela transmissão da partida, Marcelo de Lima só fez um resumo do ocorrido. No documento, o árbitro não citou dois fatos importantes: a revolta dos jogadores do time mineiro contra a equipe de segurança do estádio e o uso de gás de pimenta por parte da polícia.
"Informo que após o término da partida, enquanto a equipe visitante (Cruzeiro) dirigia-se para seu vestiário, alguns jogadores da equipe se dirigiram ao portão que dá acesso às cabines de transmissão, necessitando serem contidos pelas forças de segurança (seguranças e policiamento)", registrou.
Segundo relatos de jogadores e jornalistas, após a vitória da Raposa por 2 a 1 sobre o Tubarão, torcedores do time paranaense tentaram invadir a cabine de imprensa da Rádio Itatiaia. Em seguida, a PM agrediu e jogou spray de pimenta nos atletas celestes que tentaram ajudar a conter a invasão.
Tentativa de invasão
Após a partida, o narrador Pequetito Reis relatou que torcedores do Londrina tentaram invadir a cabine. O barulho da torcida e os xingamentos puderam ser escutados na transmissão do jogo.
"Eles estão falando que eu fiz 'tchauzinho' (para a torcida do Londrina), mas não fiz. Eu vibrei com o gol do Cruzeiro, gente, apenas isso", disse o radialista, em referência ao gol marcado por Rodolfo, que garantiu a virada do Cruzeiro nos acréscimos do segundo tempo.
"Está difícil aqui. Estão tentando bater na porta, já arremessaram coisa aqui na cabine. Está difícil. Não tem como eu sair daqui, não tem jeito, está difícil. Estão tentando entrar aqui na cabine, gente. Pelo amor de Deus!", completou.
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Agressão a jogador do Cruzeiro
Repórter de campo da rádio, Emerson Pancieri relatou que, em seguida, jogadores do Cruzeiro saíram do vestiário e tentaram ajudar Pequetito Reis a impedir a invasão dos torcedores à cabine.
O jornalista afirmou que a PM, então, acertou com cacetetes um nutricionista celeste e o volante Machado, além de ter jogado gás de pimenta nos atletas do Cruzeiro.
Em seguida, Pancieri entrevistou o atacante Luvannor, que relatou o que ocorreu. "A torcida dos caras (Londrina) está fechando o cara (Pequetito). Quatro jogadores nossos foram, mas lá tem torcida dos caras. São 50 contra quatro", iniciou.
"Policial foi covarde. Nós não queríamos entrar. Ele, nas costas, deu uma cacetada no jogador nosso. Sacanagem, covardia, é covardia. Poxa, coisa feia. Tem necessidade!? Ganhamos o jogo. A polícia não pode fazer isso, cara. Eles têm que vir aqui para acalmar. O cara desce o cacetete, covardia do c***", reclamou Luvannor.
Depois de alguns instantes, Pequetito Reis voltou a participar da transmissão e acalmou quem o escutava. "Estou bem. Se o Flavinho (da equipe da rádio) não corre rápido e coloca um banco como proteção, como anteparo, eles tinham invadido a nossa cabine. Nós estamos bem", disse.