O departamento jurídico do Cruzeiro solicitou à Fifa o Certificado de Transferência Internacional (ITC, sigla em inglês) de Marquinhos Cipriano. O documento é necessário para a conclusão do processo de transferência do jogador, que tem os direitos econômicos vinculados ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. 

A Federação Ucraniana (UAF) tem o prazo de sete dias para enviar o ITC à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Somente o Certificado de Transferência Internacional já garante a regularização de Cipriano como jogador do Cruzeiro, de acordo com o advogado Cristiano Caus, representante do jogador no caso. 

"Para qualquer transferência é necessário o ITC ou CTI, que é emitido pela federação de origem do atleta. Isso é feito após o TMS (sigla em inglês para Sistema de Correspondência de Transferência) da Fifa.  Normalmente, o TMS é preenchido pelos dois clubes. Neste caso, porém, o TMS é feito só pelo Cruzeiro, porque o atleta está com contrato suspenso. O Cruzeiro já pediu o ITC, que já garante a inscrição durante a janela, mas a Federação Ucraniana tem sete dias para fazer. Após esse prazo, a CBF pode emitir uma em substituição ao documento da federação de origem", explicou Cristiano Caus, em contato com o Superesportes. 

O Cruzeiro anunciou a contratação de Marquinhos Cipriano no dia 12 de julho. O jogador estaria liberado para estrear a partir de agosto devido à norma da Fifa em relação aos atletas que tiveram contratos suspensos por conta da guerra entre Ucrânia e Rússia.  

Na quarta-feira passada (27), o lateral-esquerdo teve o retorno solicitado pelo Shakhtar Donetsk. No entanto, o jogador de 23 anos comunicou ao estafe o desejo de permanecer em Belo Horizonte. 

A solicitação do Shakhtar foi motivada por uma proposta encaminhada pelo Sion, da Suíça, ex-clube de Marquinhos, ainda no mês passado - durante o período de exclusividade de compra dos direitos econômicos do jogador, que venceria em 15 de junho. 

Porém, à época, os ucranianos recusaram a investida de 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 7,9 milhões) parcelados até 2025. Agora, para não perder o jovem atleta de graça, o Shakhtar alega que pretende utilizar o brasileiro na temporada. 

Devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, a Fifa autorizou os jogadores que atuam nesses países a suspenderem seus contratos com seus respectivos clubes até o fim da temporada europeia - até junho de 2023. 

Cipriano utilizou esta janela aberta e fechou com o Cruzeiro, já que não tinha interesse em permanecer no Sion. Na Raposa, assinou contrato até o fim do ano, com possibilidade de ampliação. 

A notificação do Shakhtar feita à Fifa tem relação com essa liberação. Os ucranianos alegam que foram prejudicados financeiramente com a autorização da entidade reguladora do futebol.