Em meio a polêmicas sobre a administração do Mineirão, o Cruzeiro precisará iniciar, nesta quinta-feira (7) - 5º dia útil do mês -, o pagamento de uma dívida de cerca de R$ 11,2 milhões com a Minas Arena, concessionária responsável pela gestão do estádio.
No acordo homologado pela Justiça em novembro de 2020, o clube celeste se comprometeu a pagar o montante em 96 parcelas - cerca de R$ 116 mil cada uma. Sobre esse valor, ainda será acrescido correção monetária.
Se atrasar o pagamento das parcelas, o Cruzeiro terá de assumir multa de 2% e juro de mora de 1%. Se em algum mês o clube atrasar os valores por mais de 90 dias, perderá um desconto de cerca de R$ 12 milhões que foi oferecido pela Minas Arena na negociação.
Vale lembrar que esses R$ 11,2 milhões são apenas parte da dívida que o Cruzeiro tinha com a administradora. Para fechar o acordo, o clube celeste deu como 'entrada' R$ 9 milhões que estavam depositados em juízo. O valor total do débito ultrapassava R$20 milhões.
Procurada pela reportagem, a assessoria da associação do Cruzeiro afirmou que o clube "tem se preparado, junto à SAF, para o plano de pagamento dos credores". Já o Mineirão informou que aguarda o cumprimento do acordo judicial.
Procurada pela reportagem, a assessoria da associação do Cruzeiro afirmou que o clube "tem se preparado, junto à SAF, para o plano de pagamento dos credores". Já o Mineirão informou que aguarda o cumprimento do acordo judicial.
A dívida
O litígio entre Cruzeiro e Minas Arena teve início em 2013, quando o então presidente Gilvan de Pinho Tavares decidiu não pagar algumas despesas operacionais nos jogos, após o Atlético ficar isento dessas taxas na final da Copa Libertadores.
Em março de 2016, a administradora do Mineirão ingressou com ação na 32ª Vara Cível de BH cobrando R$ 8,9 milhões. O valor aumentou com o tempo. Em junho do mesmo ano, o juiz Geraldo Carlos Campos determinou o depósito judicial de 25% das receitas líquidas do time celeste como mandante.
Polêmicas recentes
Desde que comprou 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Cruzeiro, Ronaldo questionou em mais de uma oportunidade os valores cobrados pela Minas Arena na operação do Mineirão.
"Eles venderam os camarotes, mas e se a gente não jogar lá? Quem comprou o camarote vai ter o quê?", questionou o ex-camisa 9 durante uma live em seu canal. "A Minas Arena ainda tem que ceder muito, muito, para ficar uma coisa justa", completou.
As divergências com a concessionária fizeram com que Ronaldo aventasse a possibilidade, inclusive, da construção de um estádio próprio para o Cruzeiro. "Será que vale a pena a gente começar a pensar, em um futuro próximo, em construir o nosso estádio?", questionou.
No mês passado, Ronaldo se encontrou com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), para discutir a administração do estádio. A reunião, contudo, não foi bem visto por Samuel Lloyd, diretor da Minas Arena, que disparou contra o gestor do Cruzeiro nas redes sociais.
Recentemente, ainda surgiu a possibilidade de o Cruzeiro receber um estádio em Betim. A prefeitura da cidade, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, chegou a apresentar o projeto a diretores da SAF. Ainda não há conclusões sobre a viabilidade do projeto.