O caos registrado no acesso de torcedores do Cruzeiro em algumas partidas da Série B e especialmente na terça-feira (28), diante do Sport, no Mineirão, virou tema de estudo profundo da diretoria da SAF chefiada por Ronaldo. Em entrevista ao podcast Superesportes Entrevista, o diretor de negócios do clube, Lênin Franco, responsável pelo programa de sócios, afirmou que as principais causas do acesso desorganizado estão mapeadas e serão solucionadas jogo a jogo.
A medida experimental de separar o acesso de sócios e torcedores comuns foi considerada bem-sucedida na terça passada e será mantida nesta sexta-feira para o jogo contra o Vila Nova, às 21h30, no Mineirão.
Lênin contou que o clube fez uma reunião de emergência na quarta-feira (29) justamente para alinhar medidas com empresas terceirizadas que fazem o controle de acesso e também nas catracas. Polícia Militar e Mineirão também discutiram ações com o clube.
Lênin contou que o clube fez uma reunião de emergência na quarta-feira (29) justamente para alinhar medidas com empresas terceirizadas que fazem o controle de acesso e também nas catracas. Polícia Militar e Mineirão também discutiram ações com o clube.
"Não vai estar resolvido (no jogo com o Vila Nova), porque não houve tempo hábil, mas a gente já tem tudo mapeado e agora a gente usa esse mapeamento para, ponto a ponto, ir resolvendo da melhor maneira. A gente tem todos os entrantes desse processo ciente do que precisa fazer. É diálogo nos próximos dias para amarrar cada coisinha e melhorar a experiência do sócio e do torcedor na entrada no estádio".
Assista à entrevista de Lênin Franco sobre o programa de sócio
Pessoas sem ingresso
A cada jogo, o Cruzeiro pretende fazer experiências para evitar que as catracas sejam o ponto de acúmulo de torcedores. Por meio de câmeras de monitoramento, já foi detectado, por exemplo, que há grupos de centenas de pessoas sem ingresso que se aglomeram nas proximidades dos portões de acesso para gerar o caos e entrar no estádio. A PM já foi alertada pelo clube, e medidas serão tomadas.
"Uma coisa que a gente conseguiu monitorar é que há um grupo que se acumula perto da catraca e que já aguarda o caos. Ele fica posicionado de uma maneira que, quando o caos começa, ele ajuda a aumentar o caos para aí sim entrar sem ingresso", contou Lênin Franco.
"É uma coisa que eu preciso alinhar com a polícia, porque como é que eu desmobilizo isso? Essa mobilização perto da catraca é de 300 pessoas. Num bloco de 17 catracas é muita gente. E quando cria esse caos a gente está falando do efeito manada. As pessoas ficam apavoradas, pulam, mesmo com ingresso na mão. O mais importante era saber quais eram os problemas. Agora é trabalhar e resolver".
Acesso em cima da hora
O hábito do torcedor de chegar ao estádio minutos antes do jogo também vem sendo objeto de estudo da nova gestão do Cruzeiro. Na partida contra o Sport, iniciada às 21h30, mais da metade do público total acessou o Mineirão 15 minutos antes de a bola rolar.
"Dos 39 mil (presentes), eu tinha 20 mil que até 21h15 não tinham entrado no estádio. Em 15 minutos tinha que entrar 20 mil no estádio. Por mais que ajuste o processo, nunca vai ser fluído porque é muita gente para entrar ao mesmo tempo. Temos que melhorar os processos para que o gargalo não seja a catraca", observou o diretor de negócios.
Melhorar experiência
Para tentar antecipar a entrada do torcedor, o Cruzeiro estuda medidas para melhorar a experiência do sócio dentro do Mineirão. Uma delas, focada nos apreciadores da cerveja, é buscar parcerias para baratear o custo da bebida nos bares do interior do estádio.
"Lá em Salvador, o sócio do Bahia tem 50% de desconto na cerveja dentro do estádio. Ele paga R$ 3,50 na lata. É um preço próximo do que ele pagaria fora do estádio. Lá são sete latas de cerveja que ele pode comprar com 50% de desconto. Então, eu consigo trazer ele antes e evito o gargalo dos 15 minutos (antes de a bola rolar)", exemplificou Lênin.
Uma das ideias do Cruzeiro é implantar algo parecido no Mineirão.
"A gente tem que tentar todas as alternativas. Todas as alternativas eu tenho que mapear. É ensaio e erro. Eu vou na Ambev, vou no Mineirão, vou no terceirizado que opera e vamos tentar amarrar com as alternativas. Não há como garantir que vamos fazer, porque têm terceiros, quartos, quintos envolvidos no processo. É muita ponta para amarrar, mas o torcedor tem que ter certeza que a busca é incansável para melhorar a experiência dele. E quando eu melhoro a experiência dele, a tendência é que eu atraia ele antes para dentro do estádio", concluiu.
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