Representantes de Cruzeiro e Athletico-PR participaram de uma audiência esta semana na Justiça e não chegaram a um acordo sobre o valor da multa rescisória do atacante Vitor Roque, de 17 anos.
A informação foi revelada pelo coordenador de futebol clube-empresa do América, Marcus Salum, durante participação no podcast Superesportes Entrevista. O departamento jurídico do Coelho participou da audiência por ser parte interessada, uma vez que o clube detém 35% dos direitos do atleta.
A direção da Raposa pleiteia na Justiça um valor acima dos R$ 24 milhões pagos pelo Athletico-PR pelos direitos econômicos do atacante Vitor Roque e depositados em juízo. A quantia corresponde à cláusula indenizatória baseada no salário de R$ 12 mil do atleta multiplicado por 2 mil.
"Teve uma audiência anteontem (terça-feira) e o juiz falou assim: 'Se vocês concordarem com o valor, eu libero (o dinheiro que está depositado em juízo). Se não concordarem, eu não libero enquanto tiver a discussão", contou Salum sobre a audiência de conciliação, que terminou sem acordo.
O Cruzeiro afirma que deu reajustes salariais a Vitor Roque e, por isso, a multa correta é maior que os R$ 24 milhões pagos pelo Athletico.
"Quando foi depositada a multa, o Cruzeiro alega que o jogador teve alguns aumentos de contrato que não foram considerados na valoração, no valor da multa. Ou seja, a multa é o número de vezes do salário médio do jogador corrigido. O valor que constava no contrato era R$ 24 milhões, e o clube (Athletico-PR) depositou R$ 24 milhões. O Cruzeiro alegou que esse valor era insuficiente porque ele (Vitor Roque) tinha tido um reajuste de contrato. O América entrou como terceiro interessado por ser dono de 35% e tivemos alguns entreveros com o Cruzeiro que não vem ao caso, já estão solucionados, e o dinheiro foi depositado em juízo", disse Salum.
Caso prevaleça o valor de R$ 24 milhões, o Cruzeiro receberá R$ 12 milhões pela liberação do atleta. Clube pelo qual Roque fez formação até os 14 anos, o América terá direito a 35% do valor (R$ 8,4 milhões). O restante pertence à família do jogador (R$ 3,6 milhões).
Para vencer a disputa na Justiça, o Cruzeiro terá que comprovar com documentos que de fato deu o reajuste a Vitor Roque.
"O Athletico Paranaense alega que não está respaldado. Se for comprovado, aumenta o valor. Tem que ser comprovado, com salário, olerite, valores pagos. Isso tem que estar comprovado. Não sou advogado, mas meu advogado me reporta tudo. Ele participou da audiência e hoje é só isso. O dinheiro está lá depositado, 35% é do América, tem a parte a parte do Cruzeiro, tem uma discussão do Cruzeiro com a família do jogador... Tem a discussão de valor. O dia que resolver, libera o incontroverso e fica o controverso", acrescentou Marcus Salum durante a entrevista.
O dirigente do América ainda brincou: "Eu torço para que o Cruzeiro ganhe, porque aí 35% (do América) aumenta (risos)".
De qualquer forma, o coordenador de futebol clube-empresa do América vê que o caminho natural será um acordo entre Cruzeiro e Athletico. "O meu pensamento hoje é que Cruzeiro e Athletico Paranaense vão acabar fazendo algum entendimento para liberar o dinheiro. Acho que tende a fazer um acordo e resolver", concluiu.
Assista à entrevista completa de Marcus Salum ao Superesportes:
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