A atuação do Cruzeiro na vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio, nesse domingo (8), no Independência, em Belo Horizonte, pela 6ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, também serviu para aumentar a sequência ilesa da defesa celeste. A Raposa chegou ao terceiro jogo seguido sem sofrer gol na competição nacional. Isso ocorreu após mudança na estrutura da equipe feita pelo técnico Paulo Pezzolano. 

 

Apesar de alcançar esse feito, o Cruzeiro não estreou bem na Série B. Contra o Bahia, o time mineiro viu sua defesa ser vazada duas vezes já no segundo tempo do jogo. Na ocasião, o atacante Vítor Jacaré aproveitou dois 'vacilos' do sistema defensivo celeste e anotou os gols que deram a vitória aos mandantes, por 2 a 0. 

Na partida seguinte, contra o Tombense, mais uma falha. Em disputa dentro da área cruzeirense, o lateral-direito Rômulo perdeu o tempo de bola e cometeu pênalti em Ciel. Na cobrança, o atacante colocou o Gavião-Carcará em vantagem. No entanto, também com penalidade máxima, o zagueiro Eduardo Brock deixou tudo igual no Soares de Azevedo, em Muriaé: 1 a 1. 

A desatenção nos gols sofridos nas duas primeiras rodadas fez com que Pezzolano ajustasse o sistema defensivo da Raposa. Até aquele momento, o time usava dois zagueiros e dois laterais como base de sustentação para o esquema 4-3-3. 

 

Depois disso, o treinador uruguaio mudou o esquema tático da equipe para o 3-4-3, com três defensores, dois alas, dois volantes, dois pontos e um centroavante. E, desde então, a nova estratégia vem dando certo.

O primeiro jogo que a Raposa passou ilesa foi na vitória por 1 a 0 diante do Londrina, no Mineirão, em BH, pela 3ª rodada. O time paranaense até chegou a balançar as redes com o atacante Douglas Coutinho no segundo tempo, mas o lance foi anulado pelo VAR, que identificou impedimento. 

 

Após a partida, o zagueiro Lucas Oliveira reconheceu que o esquema do Cruzeiro ainda estava vulnerável em relação aos contra-ataques adversários. Porém, a situação diminuiu no confronto contra a Chapecoense, na Arena Condá, em Chapecó, na rodada seguinte.  

 

Com dois gols no fim do jogo, o Cruzeiro venceu a Chape por 2 a 0 e chegou ao segundo duelo sem ter a meta do goleiro Rafael Cabral vazada. A equipe mineira não sofreu grandes sustos na defesa. A consistência rendeu elogios do técnico Gilson Kleina. 

"O Cruzeiro não vinha jogando com três zagueiros. Entendo que ficou consistente contra o Londrina, mesmo não fazendo um grande jogo. Já deu para ver que a transição defensiva dele não ficou tão exposta como ficava, e ele melhorou com três zagueiros. Ficou mais consistente", disse o comandante rival.

 

O risco foi ainda menor contra o Grêmio. Com atuação segura do trio de zaga formado por Zé Ivaldo, Lucas Oliveira e Brock, o goleiro Rafael Cabral foi exigido poucas vezes. O desempenho da equipe agradou Pezzolano.

"Gostaria de ter jogado todo o jogo como no primeiro tempo: bloco alto e jogo controlado. Mas às vezes não dá e temos que fazer outra coisa. Então, podemos começar a trabalhar isso: se fizermos um gol rápido, tentar seguir jogando igual", projetou Pezzolano.

Pezzolano já tinha utilizado o esquema com três defensores fixos no início da temporada, mas não deu certo. Logo na primeira rodada do Campeonato Mineiro deste ano, o técnico escalou o time nessa formação - com Brock, Sidnei e Geovane como zagueiros; e Gabriel Dias e Rafael Santos como alas - na derrota por 2 a 0 para o América. 

Depois do experimento frustrado, o treinador abandonou a ideia e voltou a repeti-la só agora na Série B. 

 

O próximo compromisso do Cruzeiro será nesta quinta-feira (12), às 19h30, no Independência, pelo jogo de volta da 3ª fase da Copa do Brasil. Para avançar de fase, o time celeste terá que passar ileso mais uma vez, além de ter que reverter a derrota por 2 a 1 sofrida na ida, em Belém-PA.