Ronaldo enviou carta ao torcedor do Cruzeiro, rebatendo posição do Conselho (Foto: Cruzeiro/Divulgação)


Ronaldo divulgou uma nota nesta quinta-feira (17) na qual rebate a carta assinada pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro e explica detalhes do acordo para a compra de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) da Raposa.



No documento, o ídolo do futebol mundial diz que a proposta feita ao clube contempla um "aporte inicial de R$50 milhões, além de um compromisso de investimento de mais R$350 milhões que pode ser feito através de incremento de receitas ou de aporte direto".
Ronaldo criticou a posição dos líderes do Conselho, que se manifestaram na noite de quarta-feira(16). De acordo com os conselheiros, "Ronaldo não iria assumir qualquer valor da dívida, ficaria desde o início do processo como detentor de 90% da participação acionária da SAF, com o compromisso de aportar na própria SAF a quantia de 50 milhões de reais no momento em que se desse a concretização do negócio e, 350 milhões de reais, por meio de receitas "incrementais" que seriam geradas para a SAF por meio da gestão do Ronaldo".

"Entendemos que a negociação capitaneada pela XP (Investimentos) e com a anuência do presidente Sérgio Santos Rodrigues é, de um lado, extremamente lesiva e desproporcional ao Cruzeiro, e, de outro, excessivamente benéfica ao Ronaldo", disparam os conselheiros.



Em resposta, Ronaldo citou as más gestões do Cruzeiro e disse que as receitas incrementais irão gerar dinheiro para o pagamento de parte das dívidas do clube.

"Vale ressaltar que a opção de incremento de receita favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida bilionária acumulada por anos de má gestão - fato esse que pode gerar mais R$70 milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota".

Além disso, o craque disse, na nota, que a proposta de transferência das Tocas da Raposa I e II da associação para a SAF tem como objetivo proteger o patrimônio do clube.




"O pedido de inclusão das Tocas I e II na transação é simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro diante de uma realidade que se revelou significativamente mais grave do que aquela indicada nas informações inicialmente disponibilizadas e que foram utilizadas para a elaboração da proposta apresentada ao Cruzeiro. Hoje a Toca I, a sede do Barro Preto e parte de todas as receitas do futebol estão comprometidas em razão de dívidas tributárias de aproximadamente R$ 400 milhões, as quais não estavam previstas na negociação inicial. No curto prazo os imóveis podem ser leiloados e as receitas apropriadas por falta de pagamento".

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Por fim, Ronaldo destacou que o Cruzeiro precisa seguir um caminho de estabilidade e destacou que o Conselho será soberano nas decisões.

"Acreditamos em trabalho silencioso, sem dar publicidade a pontos contratuais em respeito às cláusulas de confidencialidade que devem ser cumpridas. O Cruzeiro precisa de estabilidade para seguir o caminho da reconstrução. O Conselho do clube é soberano e acreditamos que o julgamento dos pleitos será feito de maneira coerente levando em consideração o melhor para o Cruzeiro", afirmou.


Carta aberta ao torcedor do Cruzeiro

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Diante da Nota Oficial emitida pela Mesa Diretora do Conselho Deliberativo do Cruzeiro Esporte Clube, assinada por Nagib Simões, Mauricio Silva, Marcus Lambertucci, Evandro Vassali, Alvimar Perrella, Bruno Lourenço, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Aquiles Diniz, Alexandre Azevedo, Pedro Lourenço e Régis Campos, que expõe parcialmente dados confidenciais e distorce a realidade dos termos firmados na proposta apresentada ao Cruzeiro Esporte Clube, esclarecemos os seguintes fatos:

O valor de investimento previsto na proposta de aquisição define um aporte inicial de R$ 50 milhões, além de um compromisso de investimento de mais R$ 350 milhões que pode ser feito através de incremento de receitas ou de aporte direto. Vale ressaltar que a opção de incremento de receita favorece diretamente a associação, uma vez que a lei das SAF obriga o repasse de 20% das receitas para quitação da dívida bilionária acumulada por anos de má gestão - fato esse que pode gerar mais R$ 70 milhões em receitas para a quitação da dívida e que parece ser ignorado pelos responsáveis pela Nota.




Vale ressaltar também que o pedido de inclusão das Tocas I e II na transação é simplesmente para proteção de patrimônio do Cruzeiro diante de uma realidade que se revelou significativamente mais grave do que aquela indicada nas informações inicialmente disponibilizadas e que foram utilizadas para a elaboração da proposta apresentada ao Cruzeiro. Hoje a Toca I, a sede do Barro Preto e parte de todas as receitas do futebol estão comprometidas em razão de dívidas tributárias de aproximadamente R$ 400 milhões, as quais não estavam previstas na negociação inicial. No curto prazo os imóveis podem ser leiloados e as receitas apropriadas por falta de pagamento.

A SAF se coloca como facilitadora não apenas para encontrar os meios de pagamento dessa dívida, como também para recolocar o futebol do Cruzeiro no seu lugar de protagonista do futebol brasileiro. Em contrapartida, o controle das Tocas pela SAF garante que o patrimônio do futebol não seja colocado mais uma vez em risco.

Por fim, acreditamos em trabalho silencioso, sem dar publicidade a pontos contratuais em respeito às cláusulas de confidencialidade que devem ser cumpridas. O Cruzeiro precisa de estabilidade para seguir o caminho da reconstrução. O Conselho do clube é soberano e acreditamos que o julgamento dos pleitos será feito de maneira coerente levando em consideração o melhor para o Cruzeiro.

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