Ronaldo explicou como administrará Cruzeiro nos próximos anos (Foto: Reprodução/Cruzeiro)


Com acordo para se tornar proprietário de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol do Cruzeiro, o ex-jogador Ronaldo afirmou que sua equipe ainda está “abrindo as gavetas do clube” para entender o tamanho real da dívida e qual a necessidade de investimento em curto prazo.




“Ainda estamos no processo de análise do clube. Temos uma oferta de compra, no qual a gente ainda está nesse processo de análise do clube. Estamos descobrindo ainda, abrindo todas as gavetas do clube para entender a real situação”.

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Pelas informações já recebidas, o Fenômeno estipulou um período de um a dois anos para que o Cruzeiro comece a alcançar equilíbrio financeiro. Ainda assim, ele acredita na capacidade de montar um time competitivo para a briga pelo acesso à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.

“Posso adiantar que a situação é muito dura, muito difícil. Vamos precisar de um período longo, de no mínimo um ano a dois anos para encontrarmos um certo equilíbrio no clube. Mas, de qualquer maneira, estou muito animado, sou entusiasta de que podemos fazer um time competitivo para buscar os resultados esportivos que esperamos para este ano.”




Ronaldo passou alguns números na entrevista coletiva. Segundo ele, o clube reduziu o orçamento em 2022 de R$ 90 milhões para R$ 35 milhões, uma vez que grande parte da receita fixa de R$ 60 milhões foi antecipada para cobrir despesas de 2020 e 2021. Existem ainda dívidas na Fifa, de R$ 140 milhões, que precisam ser solucionadas até 2023.

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O ex-centroavante também descartou abrir mão do negócio. “No contrato há essa saída. Mas está longe do meu pensamento, desistir do projeto. No momento nós estamos realmente no processo de análise do clube, entender o tamanho do buraco, da dívida, entender os credores, enfim, tem muita coisa por entender ainda no clube”.

Na operação intermediada pela XP Investimentos, Ronaldo se comprometeu a aportar R$ 400 milhões no Cruzeiro pelos próximos anos, além de gerar receitas para a redução do passivo de mais de R$ 1 bilhão. O clube-empresa precisará destinar 20% das receitas mensais para o abatimento de dívidas da associação civil pelo prazo de 10 anos.



O “choque de gestão” de Ronaldo acarretou em decisões impopulares no Cruzeiro, como a saída do goleiro Fábio, recordista em número de jogos pelo clube (976), que não teve o contrato renovado para 2022. A diretoria abriu mão de outros jogadores com salário considerado fora da realidade e estabeleceu o objetivo de reduzir a folha em mais de 60%.