Ronaldo comentou pela primeira vez situação do goleiro Fábio (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Perto de se tornar dono de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol do Cruzeiro, Ronaldo chegou a Belo Horizonte nesta terça-feira. Tão logo desembarcou no Aeroporto da Pampulha, o Fenômeno seguiu para a Toca da Raposa II. Ele se encontrou com os jogadores e, em seguida, concedeu entrevista coletiva. O primeiro questionamento foi sobre a saída de Fábio, anunciada na última semana.





Ronaldo garantiu que os profissionais de sua equipe fizeram "todo o sacrifício que poderia ter sido feito" para renovar o contrato do camisa 1, que venceu no fim do ano passado. O Fenômeno lamentou a decisão do goleiro de não renovar, mas avaliou que, por ser maior do que qualquer atleta, o Cruzeiro precisa "virar a página".

"Fábio foi e sempre vai ser sempre um ídolo para o Cruzeiro e para a torcida cruzeirense. Nós, diante do cenário atual, fizemos um esforço muito grande para oferecer uma proposta decente a ele, respeitando sua história no clube, sua trajetória, e, infelizmente, durante a negociação, houve uma negativa por parte dele. Isso também nos pegou de surpresa, mas entendemos que todo o sacrifício que deveríamos ter feito, foi feito", explicou o ex-camisa 9. 

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"Temos que virar a página e seguir adiante. Os desafios do clube são gigantes. A dívida que encontramos... E cada dia que abrimos a gaveta encontramos alguma surpresa negativa. Ainda neste processo de análise do clube, a gente está fazendo o máximo para mudar o padrão do clube. O clube que, principalmente nos últimos três anos, contraiu uma dívida milionária, bilionária eu diria", complementou Ronaldo.




Segundo o novo gestor do Cruzeiro, a intenção era que Fábio pudesse ter, dentro de campo, um período para se despedir do torcedor celeste. Para justificar a não renovação do goleiro nos termos desejados por ele, Ronaldo disse que o clube é um "paciente em estado grave" e que encontrou "cenário trágico" na Toca da Raposa II.

"Todo o esforço que a gente poderia ter feito para manter o Fábio e oferecer a ele um período para ele se despedir da torcida, da casa que foi sua durante muitos anos, foi feito esse esforço. Uma pena que não chegamos a um acordo. Mas precisamos seguir adiante. O Cruzeiro é maior do que qualquer atleta, qualquer nome que você possa imaginar, o Cruzeiro tem que ser sempre o protagonista", definiu.

"Na nossa gestão, o que entendemos é que o Cruzeiro tem que gastar somente aquilo que arrecada. Infelizmente, o cenário hoje é bem complicado, com receitas dos próximos dois anos já antecipadas, inclusive já gastas. Encontramos um cenário trágico no clube, mas precisamos estancar o sangramento. Temos que cuidar. O Cruzeiro é um paciente em estado grave, na UTI e estamos oferecendo o tratamento necessário para que saia o mais rápido possível desta condição. Que possamos fazer o máximo para que o Cruzeiro seja o clube grande que merece ser", projetou o Fenônemo.




Na carta de desabafo que publicou na última quarta-feira, Fábio disse que "aceitaria a readequação no novo teto salarial, mas essa nova administração também não me deu essa opção". O goleiro, que atuou pela Raposa por 18 anos, ainda afirmou que "a SAF do Cruzeiro quer encerrar minha carreira imediatamente, mesmo estando em plenas condições físicas e técnicas para continuar jogando em alto nível e ajudando o Cruzeiro".