Ex-integrantes do Conselho Gestor do Cruzeiro, Anísio Ciscotto, Carlos Ferreira Rocha e Saulo Froes têm opiniões diferentes sobre a saída de Fábio, anunciada pelo goleiro na noite dessa quarta-feira (6). Enquanto os dois primeiros lamentam a decisão do clube, o último a endossa, mas com ressalvas.
Momentos marcantes de Fábio no Cruzeiro
Aos 41 anos, o jogador deixou o clube de maneira conturbada. Com a nova gestão da Sociedade Anônima de Futebol (SAF), comandada pelo empresário e ex-jogador Ronaldo Fenômeno, a diretoria decidiu alterar os termos do contrato de Fábio, que já havia acertado verbalmente a renovação de seu vínculo em novembro de 2021.
Além da redução salarial - que seria aceita pelo goleiro, segundo o próprio - o Cruzeiro queria a permanência do atleta apenas até o fim do Campeonato Mineiro. A intenção de Fábio era de permanecer até dezembro de 2022.
Ex-presidente do Conselho Fiscal do clube e conselheiro nato, Anísio Ciscotto classificou, em suas redes sociais, a saída do goleiro como "lástima".
"O Cruzeiro hoje perde uma grande chance de mostrar que "não é só futebol". Fábio completar 1.000 jogos seria uma marca fantástica para o jogador e para o Clube. Uma lástima!", escreveu.
Carlos Ferreira Rocha, ex-interlocutor do futebol e que participou do núcleo dirigente transitório após a saída do ex-presidente Wagner Pires de Sá, disse que está de luto e ironizou a decisão da equipe de Ronaldo.
"Estamos de luto! Não pela morte de um ídolo, mas pela morte da essência do futebol, que é a paixão, ela está muito acima da razão. Sinto que as SAFs chegarão para mecanizar o futebol, ofuscando o brilho no olhar dos apaixonados. Nós, torcedores, seremos robotizados, nossas emoções no gol, serão muito provavelmente externadas apenas pelas palmas e, não pela alma. 'Parabéns' Ronaldo e equipe, nada justifica o que fizeram com nosso último ídolo, após a geração de Tostão, Dirceu Lopes e Joãozinho. Obrigado Fábio! Eterno ídolo! Ronaldo, Fábio sempre será maior que você!", desabafou Rocha, também nas redes sociais.
Em contato com a reportagem do Superesportes, Saulo Froes, ex-presidente do Conselho Gestor do Cruzeiro, foi outro a opinar sobre a situação.
Diferentemente de Ciscotto e Rocha, ele acredita que a atitude foi correta. Explica que mudou de opinião após ler o comunicado do clube, divulgado na manhã desta quarta-feira e que ressalta o fato de que 'decisões impopulares precisam ser adotadas'.
Diferentemente de Ciscotto e Rocha, ele acredita que a atitude foi correta. Explica que mudou de opinião após ler o comunicado do clube, divulgado na manhã desta quarta-feira e que ressalta o fato de que 'decisões impopulares precisam ser adotadas'.
"Eu acho que à primeira vista, quando foi emitida a opinião do Fábio, todos acharam que a atitude da nova gestão da SAF foi totalmente indevida, digamos assim, e não foi levada em consideração a história do Fábio. Nós, que somos empresários, sabíamos que exista outra versão, só faltou eles irem publicamente dar a versão. Depois que o Cruzeiro soltou o comunicado, eu endosso o que eles fizeram. Talvez a forma eu faria um pouco diferente, mas não mudaria a ação. Em resumo, acho que estão no caminho certo, talvez erraram na forma que foi conduzida, mas acho que teria que ser feito mesmo uma coisa radical, porque muitas coisas na política do Cruzeiro precisam mudar", explica.
Fábio deixa o Cruzeiro como o jogador que mais vestiu a camisa do clube, com 976 partidas. Foram 34 pênaltis defendidos e 12 títulos conquistados - dois Brasileiros (2013 e 2014), três Copas do Brasil (2000, 2017 e 2018) e sete Campeonatos Mineiros (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019).
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