Até a noite de quarta-feira (5), programa não havia superado 15 mil adesões (Foto: Reprodução Sócio 5 Estrelas)


Tão logo o goleiro Fábio anunciou sua saída do Cruzeiro, nesta quarta-feira (5), por não entrar em acordo com a nova diretoria da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) para renovar seu vínculo até o fim de 2022, a torcida celeste iniciou um movimento nas redes sociais para boicotar o programa de sócio de futebol, o Sócio 5 Estrelas.




No Twitter e no Instagram foi criada a hashtag #SemFábioSemSócio na tentativa de pressionar Ronaldo, dono de 90% das ações da SAF do Cruzeiro, e sua diretoria executiva. A postagem do clube que anunciou a saída de Fábio superou mais de 97 mil comentários na noite de quarta-feira, a maioria contrários à decisão do clube de não prorrogar o contrato do ídolo de 41 anos até o fim da temporada 2022.


Já sob a gestão de Ronaldo, o Cruzeiro reformulou o seu programa de sócios na tentativa de atrair mais torcedores e aumentar a receita. Até a noite de quarta-feira, o Sócio 5 Estrelas ainda não havia superado a marca de 15 mil membros. As mensalidades vão de R$10 no plano Kids a R$1.200,00, na modalidade Diamante.

Até a noite de quarta-feira, nenhum representante da diretoria do Cruzeiro se posicionou sobre a saída do goleiro Fábio. A última postagem de Ronaldo nas redes sociais foi em 2 de janeiro, data em que o clube comemorou 101 anos de fundação. Pedro Martins, diretor executivo de futebol, e os responsáveis pelo planejamento da transição, Paulo André e Gabriel Lima, se mantiveram em silêncio em meio à polêmica.




Fábio anunciou sua saída do Cruzeiro em uma carta publicada nas redes sociais. No texto, ele deu sua versão das conversas com a nova gestão do clube e entendeu que não estava nos planos para a temporada 2022.

Segundo o goleiro, os responsáveis por conduzir a Sociedade Anônima do Futebol propuseram um vínculo somente até o fim do Campeonato Mineiro, de modo que logo ele encerrasse a carreira. Mas Fábio, de 41 anos, sentia-se bem fisicamente e mentalmente para continuar atuando até dezembro. Por isso, entendeu o recado: a direção não quis mais contar com seus serviços.

"Compareci no dia 4 de janeiro no horário marcado para ouvir à diretoria: de todo meu coração, segui para o Clube feliz e tranquilo aberto a escutar e ajudar no que fosse preciso, mas para minha surpresa, a atual diretoria foi clara que não desejava contar comigo desportivamente para 2022. Na reunião estavam presentes o diretor executivo, Pedro Martins, e Gabriel Lima, representando a atual gestão".




Fábio lamentou a postura de Paulo André, com quem jogou na Raposa em 2015. O ex-zagueiro de Athletico-PR e Corinthians se tornou executivo de futebol e passou a ser o homem de confiança de Ronaldo Fenômeno, acionista majoritário do Cruzeiro SAF (90%). "Não teve sequer a consideração de me cumprimentar, sendo ele um ex-companheiro de clube".

O camisa 1 garantiu que aceitou se adequar ao orçamento do Cruzeiro em 2022, além de repactuar os salários atrasados. Tudo em vão, segundo ele. "Deixei claro que sempre estive disposto a receber dentro do teto salarial, inclusive aceitando reduções do novo contrato acertado para 2022 com o Presidente Sérgio Rodrigues e ficar dentro do novo teto estipulado, mesmo assim, em vão".

Ao oficializar a saída de Fábio, o Cruzeiro ignorou o desabafo e focou nos feitos relevantes do goleiro, como os 34 pênaltis defendidos e os 12 títulos conquistados - dois Campeonatos Brasileiros (2013 e 2014), três Copas do Brasil (2000, 2017 e 2018) e sete Campeonatos Mineiros (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019). O clube ainda prometeu "uma série de homenagens ao ídolo nos próximos dias", porque "ele merece e todo cruzeirense também".