Fábio deixou o Cruzeiro antes de completar os tão sonhados 1000 jogos (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

Minutos depois de o goleiro Fábio publicar um longo desabafo e informar sua saída do Cruzeiro, o clube se manifestou por meio das redes sociais. Sem dar detalhes do que motivou a decisão de não renovar o vínculo, a Raposa disse, de maneira fria, que "chegou a hora de dizer adeus" e prometeu "uma série de homenagens". 


"Chegou a hora de dizer adeus. O ídolo que por tantos anos, tantos jogos e com tanta vida nos representou embaixo das traves, como se fosse cada um de nós da Nação Celeste, não estará mais ali, em campo", diz o texto do Cruzeiro.

"Fábio tem sua trajetória indissociável da nossa história. Um capitão que honrou a camisa celeste, o que fez nossa torcida, com toda justiça, o idolatrar. Falar de Cruzeiro tem sido falar de... Fábio", complementa, antes de descrever números e conquistas do camisa 1 pela Raposa. Leia, no fim da reportagem, o texto na íntegra.

No Twitter, o clube também divulgou um vídeo com momentos dos 17 anos do goleiro Fábio com a camisa do Cruzeiro. Assista abaixo:

Dazn


Na carta divulgada antes da despedida do clube, Fábio afirmou que os responsáveis por conduzir a Sociedade Anônima do Futebol propuseram um vínculo somente até o fim do Campeonato Mineiro, de modo que o ídolo da torcida encerrasse a carreira. Mas Fábio, de 41 anos, sentia-se bem fisicamente e mentalmente para continuar atuando até dezembro. Por isso, entendeu o recado: a direção não quis mais contar com seus serviços.



“Compareci no dia 4 de janeiro no horário marcado para ouvir à diretoria: de todo meu coração, segui para o Clube feliz e tranquilo aberto a escutar e ajudar no que fosse preciso, mas para minha surpresa, a atual diretoria foi clara que não desejava contar comigo desportivamente para 2022. Na reunião estavam presentes o diretor executivo, Pedro Martins, e Gabriel Lima, representando a atual gestão”, disse o goleiro.

Fábio lamentou a postura de Paulo André, com quem jogou na Raposa em 2015. O ex-zagueiro de Athletico-PR e Corinthians se tornou executivo de futebol e passou a ser o homem de confiança de Ronaldo Fenômeno, acionista majoritário do Cruzeiro SAF (90%). “Não teve sequer a consideração de me cumprimentar, sendo ele um ex-companheiro de clube”.

O camisa 1 garantiu que aceitou se adequar ao orçamento do Cruzeiro em 2022, além de repactuar os salários atrasados. Tudo em vão, segundo ele. “Deixei claro que sempre estive disposto a receber dentro do teto salarial, inclusive aceitando reduções do novo contrato acertado para 2022 com o Presidente Sérgio Rodrigues e ficar dentro do novo teto estipulado, mesmo assim, em vão”.



Leia, na íntegra, a despedida publicada pelo Cruzeiro nas redes sociais: 

Chegou a hora de dizer adeus.

O ídolo que por tantos anos, tantos jogos e com tanta vida nos representou embaixo das traves, como se fosse cada um de nós da Nação Celeste, não estará mais ali, em campo.

Fábio tem sua trajetória indissociável da nossa história. Um capitão que honrou a camisa celeste, o que fez nossa torcida, com toda justiça, o idolatrar. Falar de Cruzeiro tem sido falar de… Fábio.

São títulos e números que falam por si só: 17 anos consecutivos no clube, o jogador que mais vestiu nosso manto (976 jogos), 13 títulos, entre eles o tricampeonato da Copa do Brasil (2000, 2017 e 2018), o bicampeonato brasileiro (2013 e 2014) e sete vezes campeão mineiro (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019). Foram ainda 34 pênaltis defendidos e dois troféus como melhor goleiro do Campeonato Brasileiro. Uma história vitoriosa.




Fábio foi sinônimo de dia de jogo, de disciplina, trabalho e entrega para e pelo nosso clube. Um profissional exemplar, líder nato, respeitado dentro e fora de campo. Nossa gratidão será, como seu registro na história do Cruzeiro, eterna. E a Toca será, para sempre, a casa do Fábio. Assim como o coração de todos nós.

Vamos planejar uma série de homenagens ao ídolo nos próximos dias. Porque Ele merece e todo cruzeirense também.